O Grêmio goleou o Monagas. Era o que se esperava. Acaba aqui a análise do jogo. Porque na noite da Arena o mais aguardado era a entrevista de Renato Portaluppi, a primeira depois de ganhar músculos o interesse do Flamengo em contratá-lo para o lugar de Paulo César Carpegiani. Renato falou. E não encerrou a questão. Adiou para o fim de semana sob alegação de que gostaria de manter o foco na decisão com o Brasil, em Pelotas.
Só que o efeito provocado por Renato foi o contrário. Ao não colocar um ponto final no assunto, garantindo que nem mesmo um decreto presidencial o tira da Arena, ele mantém o interesse do Flamengo assombrando os gremistas. Por mais que tenha dito "estar feliz, no clube do coração, um clube maravilhoso", o técnico não foi enfático em nenhum momento.
Ao mesmo tempo que vem do Rio, em notícia publicada pelo jornal Extra de uma conversa do Flamengo com Renato, sua declaração de que "talvez, no domingo, vocês (jornalistas) tenham uma resposta diferente" eleva o risco de o Grêmio perder seu técnico.
Confesso que, até a entrevista, tinha convicção na permanência de Renato na Arena. Está no clube em que se criou, faz um trabalho espetacular e comanda um time que só melhora suas atuações. Mas a coletiva desta quarta-feira esfarelou minha convicção.
Renato deixou uma porta muito aberta para a hipótese de trocar o Grêmio pelo Flamengo, numa reprise de um filme vivido pelos gremistas lá em 1987. Naquele ano, o ponteiro-direito irreverente trocou Porto Alegre pelo Leblon.