O Grêmio é o atual campeão da América. E também da Recopa. E entrou em um ciclo virtuoso a partir das conquista da Copa do Brasil em 2016 que faz flutuar o seu torcedor. Todo esse cenário poderia fazer com que o Gauchão virasse secundário nas pretensões de todo o contexto azul, e a final contra o Brasil-Pel, mais um jogo. Poderia. Porque estamos no Rio Grande do Sul, onde a rivalidade chega a extremos inimagináveis.
Apesar de todas as vultosas conquistas nacionais e continentais, o Grêmio busca de forma obsessiva o título regional. A retomada da hegemonia no Estado serve como a cereja de um bolo que faz os gremistas se lambuzarem há duas temporadas. O Grêmio, é evidente, ambiciona o tetra da América, a Copa do Brasil, uma especialidade sua, e o Brasileirão. Mas busca também o Gauchão com a mesma intensidade.
A última taça do Estadual completa agora sete anos. Quando levantou-a, em 2010, havia o Olímpico ainda, e a Arena era um sonho que só começaria a tomar forma em setembro daquele ano. Virou questão de honra para o presidente Romildo Bolzan Júnior dar a volta olímpica e colocar a faixa no peito de campeão estadual.
Romildo colocou o clube em ordem, equilibrou as finanças, viu o quadro social crescer em proporção geométrica e encarrilou o time outra vez na rota dos títulos. Mas falta-lhe recuperar a hegemonia local. Por tudo isso, o Gauchão, outrora desconsiderado, virou objeto de cobiça do Grêmio.