O Pachuca, que chegou ao Mundial de Clubes após vencer a Liga dos Campeões da Concacaf 2016/2017, enfrenta o Wydad Casablanca nas quartas de final do torneio nos Emirados Árabes Unidos.
Se vencerem, os mexicanos enfrentam o Grêmio na semifinal. Conheça sete curiosidades sobre o clube:
Base forte
O Pachuca é um formador de jogadores. E faz das suas categorias de base, ou canteras, uma grande fonte de renda, No meio do ano, o clube negociou o meia Hirving Chucky Lozano por US$ 26 milhões ao PSV Eindhoven, da Holanda. Desde 2013, o clube faz, ao menos, uma grande venda ao ano. Em 2013, quem saiu foi o meia Herrera, por US$ 10,5 milhões. Em 2014, o equatoriano Enner Valencia foi para o West Ham por US$ 22 milhões. Esse, foi o único das grandes transações que não foi feito em casa. Em 2015, o Tigres, antes de enfrentar o Inter na semifinal da Libertadores, pagou US$ 10 milhões por Jurgen Damm. Ao todo, as quatro negociações deixaram US$ 68 milhões nos cofres e deram fôlego para investir em contratações.
Grupo Pachuca
Até setembro deste ano, o Pachuca tinha como um dos seus sócios Carlos Slim, o sexto homem mais rico do mundo, dono de fortuna estimada em US$ 54,5 bilhões. Slim, através da América Móvil, tinha participação de 30% no conglomerado que controlava o Pachuca e o León, da Liga MX, o Mineros de Zacatecas, da segunda divisão asteca, o argentino Talleres, de Córdoba, e o chileno Everton, de Viña del Mar, além da Universidade do Futebol e da Ciência e do Esporte, no México. A influência do magnata foi tão grande que o Grupo Pachuca não negociou os direitos com as gigantes Televisa e TV Azteca os direitos de TV. Preferiu fechar com o canal fechado Fox Sports. Na última edição da Liga MX, a final entre León e Pachuca celebrou o sucesso do conglomerado.
O japonês
A contratação de Keisuke Honda, 31 anos, estremeceu o futebol mexicano. O presidente do Pachuca, Jesus Martínez, havia prometido uma contratação-bomba. Todos apostavam no Jackson Martínez, colombiano que se recuperava de lesão no futebol chinês. Ninguém imaginava que seria o centroavante do Milan nas últimas três temporadas. Honda, duas Copa do Mundo no currículo e o maior goleador da seleção japonesa, aceitou a proposta do Pachuca. Sua ida para o México, no entanto, tem motivações sociais. A experiência no América significa aumentar o alcance da sua ONG, a Change the World, que ajuda crianças órfãs de todos os cantos do mundo. Honda, o Samurai Blue, também é dirigente esportivo. Ele comprou um clube da terceira divisão austríaca com o objetivo de ser um posto avançado para japoneses no mercado europeu. Em uma temporada, o clube ascendeu de divisão com cinco compatriotas dele.
El maestro
Centroavante com sangue charrua, Diego Alonso, 42 anos, fez história como centroavante do Valencia e, depois do Atlético de Madrid, clube que ajudou com seus gols a sair da Segunda Divisão. Seu currículo como jogador conta ainda passagens por clubes menores da Espanha e pelo argentino Gimnasia-LP até encerrar a carreira em 2011, Peñarol do seu coração. Alonso começou a carreira como técnico no mesmo Bella Vista onde surgiu aos 20 anos. Passou por Peñarol, Olímpia e Guaraní antes de desembarcar no Pachuca, em 2014. Com ele, o clube voltou a ter proeminência no México. O estilo de jogo é parecido ao adotado por Simeone no Atlético de Madrid. O esforço é máximo, assim como a fome pelos gols.
A retomada
Depois de 2006/2007, quando ganharam a Sul-Americana do Colo-Colo de Arthuro Vidal e Alexis Sánchez e perderam a final da Recopa para o Inter, o Pachuca manteve-se forte em seu reduto. Venceu a Concachampions em 2008 e 2010. A partir da chegada de Diego Alonso, recuperou a hegemonia local., Em 2016, ganhou o Clausura da Liga MX. Neste ano, ao bater o Tigres, levou mais uma Concachampions. Tantos títulos continentais fazem do clube figurinha carimbada no Mundial de Clubes da Fifa. Esta será a quarta participação. Nenhuma teve brilho. Em 2007, perdeu para o Étoile du Sahel. em 2008, venceu seu único jogo, contra o Al Ahly, mas caiu na semifinal para a LDU. Em 2010, perdeu para o Mazembe e nem foi à semifinal. Nos pênaltis, ganhou do Al Whada e acabou em quinto.
O goleiro
Óscar Pérez é uma lenda no futebol mexicano. Aos 44 anos, passou mais da metade da vida nos gramados astecas. São 24 anos de carreira. Só isso já seria motivo de admiração, afinal se trata de um Zé Roberto de luvas. Só que Pérez consegue se manter na ativa como goleiro com apenas 1m72cm. Seu currículo ostenta três Copas do Mundo, duas delas como titular, uma Copa das Confederações, dois títulos mexicanos, três copas Concacaf e uma Copa Ouro. Desde 2013, ele está no Pachuca.
Los Tuzos
O apelido está relacionado à história. Em 1901, um grupo de mineiros criaram o Pachuca. Os mineiros, como se sabe, trabalham em túneis subterrâneos, Logo, eles escolheram como mascote o tuzo, um roedor local que vive mais da metade da vida sob a terra. O clube é a grande atração de Pachuca, capital do Estado de Hidalgo. O estádio que leva o nome da província tem capacidade para 24 mil pessoas e é um dos pontos turísticos locais. É ali que joga um time cheio de nomes de primeira linha, como o zagueiro colombiano Murillo, o uruguaio Urretavizcaya, o argentino Jara e o meia Erick Gutiérrez, 22 anos, convocado para a seleção mexicana.