Se o Grêmio mantiver o nível de atuação que teve em Guayaquil, digo sem qualquer receio: o tri está logo ali na esquina. Sobrou futebol no 3 a 0 contra o Barcelona. Poderia ter sido quatro ou cinco e ainda assim não seria estranho. O time, com a volta de Luan, se aproximou daquele de julho e agosto, quando mostrou um futebol que aliava competitividade e técnica numa mistura perfeita.
O Barcelona, é verdade, colaborou. Não teve nenhum traço daquele time veloz, agudo e enérgico que deixou pelo caminho o Palmeiras e o Santos. Sentiu as ausências de Gabriel Marques, de Jonathan Alvez e de Marcos Caicedo, que entrou no segundo tempo e fez as melhores jogadas dos equatorianos.
Mas a maior razão da inoperância do Barcelona foi o Grêmio. Renato tirou a velocidade do adversário. Neutralizou aquela que era a sua principal arma. Sem os lados do campo, os equatorianos não conseguiram servir seu centroavante de área. Pelo meio, Jaílson e Arthur vigiavam e controlavam os argentinos Oyola e Damián Díaz.
Assim, o Grêmio teve a bola e os espaços para jogar. Criou um cenário perfeito para Luan e Arthur desequilibrarem e para Edilson e Cortez zunirem pelos lados. Mas é injusto citar apenas esses quatro numa noite luxuosa do Grêmio.
Houve Grohe, com defesa espetacular que vai virar vinheta de TV, Geromel e Kannemann firmes como uma rocha, Jaílson, sobrando em disposição, e Ramiro e Fernandinho com disciplina tática de dar inveja a jogador alemão.
Talvez Barrios, pelo desenho do jogo, tenha ficado abaixo. E isso resume a noite do Grêmio: seu centroavante, o homem-gol, não apareceu, e o time fez 3 a 0.