O delegado Plínio Brasil Milano ganhou notoriedade nacional pelo combate ao nazismo. O alegretense é o patrono da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, homenageado pela atuação nas décadas de 1930 e 1940. Ele também foi subprefeito de Porto Alegre.
Formado na Faculdade de Direito de Porto Alegre, o jovem se casou com Lucia Alcaraz Caldas, filha de Caldas Júnior, fundador do jornal Correio do Povo. Os primeiros anos de carreira foram dedicados à advocacia.
O advogado virou subprefeito e delegado do 4º Distrito, região industrial de Porto Alegre. Em outubro de 1936, comandou o trabalho de salvamento e abrigo dos flagelados durante inundação nos bairros São João e Navegantes. Ele também esteve na organização da ajuda humanitária na grande enchente de 1941.
No Estado Novo, regime ditatorial liderado por Getúlio Vargas, Plínio Brasil Milano foi delegado de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul. Em período de avanço do nazismo no sul do Brasil e da Segunda Guerra Mundial, prendeu suspeitos de envolvimento com os países do Eixo, principalmente imigrantes e descendentes de alemães.
O delegado gaúcho viajou aos Estados Unidos em 1943, a convite do Departamento de Estado. Conheceu as técnicas de investigação do FBI. Em entrevista à Associated Press, disse que tinha o auxílio dos norte-americanos para supressão da espionagem do Eixo no Brasil.
Aos 36 anos, o gaúcho morreu em 22 de outubro de 1944, em Montevidéu. O jornal A Noite publicou que "repercutiu dolorosamente" a morte durante "melindrosa operação cirúrgica". No resumo da carreira, a nota destacou as "diligências sensacionais sobre atividades nazifascistas". Ele estava afastado das funções policiais havia cerca de um ano para ocupar cargo de subprefeito de Porto Alegre.
O jornal Correio da Manhã noticiou que o político estava no Uruguai para "tratamento de saúde". Oficialmente, a causa do óbito foi tuberculose. Em função da atividade policial contra o nazismo, surgiram especulações sobre possível assassinato.
Em 1983, lei o tornou patrono da Polícia Civil. O delegado é reconhecido por reorganizar o aparelho policial do Estado, criar a biblioteca da Polícia Civil e a revista Vida Policial.
Plínio Brasil Milano é homenageado, desde 1950, no nome de uma avenida da zona norte de Porto Alegre.