A antiga estação ferroviária é um símbolo da praia do Cassino, em Rio Grande. O prédio de dois pavimentos, na Avenida Rio Grande, traz lembranças dos verões do passado. A história da ferrovia está ligada diretamente à construção do balneário.
A Companhia Carris Urbanos do Rio Grande, sob gerência de Antonio Cândido Sequeira, recebeu autorização para extensão da linha e construção da estação de banhos no distrito da Mangueira. Na estação Junção, era ligada à estrada de ferro Rio Grande-Bagé.
Em janeiro de 1890, começou o tráfego regular até a estação Vila Siqueira, ou Villa Sequeira, primeiro nome do Cassino. Os trens transportavam passageiros e mercadorias, inclusive materiais para a construção das casas. Pela ferrovia, veranistas de outros municípios chegavam à badalada estação balnear. A primeira estação férrea foi construída em madeira.
No livro Memórias de um Balneário: patrimônio edificado do Cassino, Célia Maria Pereira recorda que, "na inauguração oficial do balneário em 1890, o local já possuía instalação de água encanada e luz, quadro com 40 casas geminadas, vinte chalés particulares, bonde - puxado por mulas que percorria o trajeto do início da vila até a praia - e moderno hotel."
Em 1893, o jornal A Federação publicou que o balneário, em 1º de fevereiro, reunia 463 veranistas, incluindo os "criados" das famílias. A maioria era de Rio Grande. O balneário também recebia visitantes de Porto Alegre, Pelotas, Bagé, Buenos Aires e outras cidades.
Outras empresas assumiriam a linha ao longo do tempo. Em 1908, os trens faziam três viagens diárias. As saídas de Rio Grande ocorriam às 5h, 7h50 e 17h05.
Na década de 1930, a Viação Férrea do Rio Grande do Sul ergueu uma estação maior, de médio porte, a poucos metros da primeira. É o prédio preservado. Posto de venda de passagens, sala de espera, depósito de bagagens e banheiros ficavam no térreo. O piso superior foi moradia do agente da companhia ferroviária e da sua família.
A linha de trem foi desativada na década de 1960. A antiga estação, em fase de reforma, é ocupada desde 2004 pela associação ArtEstação, que promove atividades artísticas e culturais.