A Figueira Torta foi ponto de referência para os viajantes que passavam por Sapucaia do Sul. Nos trens, os passageiros apreciavam a gigantesca árvore, orgulho dos moradores. As raízes formavam um arco, que permitia a passagem até de carroças.
Na sombra da figueira, ocorriam festas populares, comícios e cerimônias religiosas. Muitos descansavam em redes penduradas nos galhos, na sombra da grande copa.
Depois da inauguração da ferrovia, em 1874, a Figueira Torta ficou ainda mais conhecida. Devido à aproximação da estação Sapucaia, o trem reduzia a velocidade. Os passageiros contemplavam a grande árvore.
Em 1939, a prefeitura de São Leopoldo começou o tratamento paisagístico do Largo da Figueira, no então distrito de Sapucaia. O projeto incluía a construção de um espaço de convivência para as famílias e para diversão das crianças.
No livro História de Sapucaia do Sul (Mercosul Editores), Eni Allgayer descreve que coronel Aurélio da Silva Py, responsável pela execução da obra, fez o aterro da área, diminuindo "muito a altura dos dois troncos vetustos que sustentavam a maravilhosa árvore".
Moradores atribuíram ao aterro a morte da figueira. Citavam também uma "larva terrível" que tomou conta até restar apenas um arco seco. O Largo da Figueira foi denominado Praça General Freitas em 1949.
O esqueleto da árvore queimou na década de 1950, em um dia de festa de Nossa Senhora da Conceição. Testemunha do incêndio, uma memória preservada da infância, a pesquisadora Eni Allgayer conta que surgiram algumas versões para a origem do fogo, desde um foguete da festa até uma namorada desprezada que queria destruir o símbolo mais querido do amado.
Emancipado em 1961, o município de Sapucaia do Sul adotou a Figueira Torta como símbolo, colocado no brasão. Outra figueira foi planta pela prefeitura no local nos anos 1970.