O Estádio Olímpico Monumental, que agoniza em ruínas, completa 70 anos. Inaugurado em 1954, foi palco das grandes conquistas do Grêmio. O tricolor deixou, depois de meio século, o acanhado Fortim da Baixada, no bairro Moinhos de Vento. Se os torcedores de hoje acompanham a novela para o novo destino da área, os gremistas do passado viveram anos de expectativa até a construção.
A pedra fundamental foi lançada na Avenida Carlos Barbosa em 28 de setembro de 1941. O Grêmio fez uma permuta com a prefeitura de Porto Alegre, trocando os terrenos do Moinhos de Vento e da Azenha. Em meio a impasse sobre a posse, a escritura definitiva da área de 7,5 hectares só foi assinada em março de 1950. As famílias da Vila Caiu do Céu, que moravam em casebres, precisaram ser removidas do terreno.
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Com a área liberada para a obra, começava outro desafio: a arrecadação de verbas. Entre tantos gremistas mobilizados para erguer o maior estádio da cidade, estavam Saturnino Vanzelotti, presidente do clube; Alfredo Obino, presidente da comissão de obras; e o Sylvio Toigo Filho, engenheiro-construtor.
Em clima festivo, a terraplanagem começou em 12 de dezembro de 1951. Uma parte dos recursos para a obra veio da venda das cartelas do Tômbola, que sorteava vários prêmios, incluindo dois Dodge Coronet.
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O clube queria inaugurar o Olímpico no aniversário de 50 anos, em 1953, mas precisou esperar mais um ano. Em 19 de setembro de 1954, 35.511 torcedores, sendo 20 mil sócios, assistiram à vitória do tricolor contra o Nacional, de Montevidéu, por 2 a 0, gols de Vitor. Treinado pelo húngaro László Székely, o Grêmio entrou em campo com Sérgio; Roberto, Enio Rodrigues e Orli; Sarará e Itamar; Tesourinha, Milton Kuelle, Camacho (Vitor), Zunino e Torres (Jorginho). Os uruguaios venderam caro a derrota, brigando com jogadores gremistas e agredindo o juiz Arthur Vilarinho.
Antes da partida, integrantes de departamentos do clube desfilaram na pista atlética ao som da banda da Brigada Militar. O Grêmio reuniu as velhas e novas gerações na cerimônia.
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Inicialmente, não estava pronto todo o anel superior. No pavilhão, ficavam 500 cadeiras cativas, a tribuna de honra, a tribuna de imprensa para 50 cronistas e nove cabines de rádios. O Olímpico foi construído com quatro vestiários, lavanderia própria, três túneis de acesso ao gramado, um restaurante e quatro copas, além dos aposentos para concentração de atletas.
O Grêmio jogou outras duas partidas nos festejos de 1954. Três dias depois da inauguração, venceu o Liverpool do Uruguai por 4 a 0. Em 26 de setembro, no Gre-Nal 135, perdeu para o rival por 6 a 2.
Em 1980, o clube concluiu a obra do anel superior do estádio. O último jogo oficial foi em 17 de fevereiro de 2013, na vitória por 1 a 0 contra Veranópolis, pelo Gauchão.