Há 10 anos, o Estádio Olímpico recebia a última partida da sua história. Palco de títulos importantes da trajetória do Grêmio, como a Libertadores de 1983 e o Brasileirão de 1996, a casa do Tricolor por 59 anos viu seu ato final em um jogo do Tricolor contra o Veranópolis para pouco mais de 13 mil pessoas em um domingo de verão gaúcho.
A verdade é que o jogo de despedida seria em dezembro de 2012, no Gre-Nal 394, que acabou empatado em 0 a 0, mas o Grêmio optou por mandar os primeiros jogos do Gauchão de 2013 na sua antiga casa, em detrimento da Arena, que recém havia sido inaugurada (8 de dezembro), mas ainda sofria com a situação do gramado. Por isso, o Tricolor preferiu poupar o campo do novo estádio para a pré-Libertadores e mandar os jogos iniciais do Estadual no Olímpico.
A partida tinha tudo pra ser tranquila, afinal de contas era um jogo de oitava rodada da Taça Piratini, um dos turnos do Gauchão. No entanto, dias antes, o time de Vanderlei Luxemburgo havia sido derrotado na estreia da Libertadores em casa para o Huachipato. Na quarta seguinte, enfrentaria o Fluminense no Rio e precisava ganhar. Até pela circunstância, o treinador gremista foi anunciado nos alto-falantes do Olímpico sob vaias.
Sem Barcos e Adriano, titulares na estreia da Libertadores, ambos resolvendo questões particulares, o Grêmio não chegou a sofrer no primeiro tempo, criando boas oportunidades com o zagueiro Cris (sim, aquele mesmo da Seleção e do Lyon).
Aos 23 minutos, em cobrança de escanteio de Zé Roberto, Werley desviou de cabeça e marcou o gol do Grêmio. No setor da Geral, o gol foi comemorado com avalanche, seguido dos gritos "uh, é avalanche" e fortes xingamentos à OAS, parceira do clube na Arena.
— Todo mundo achou que ia ser o gol do Marcelo Moreno (o último do Olímpico), mas foi o meu (risos). Poder fazer o último gol desse estádio é motivo de muita alegria. Saber que Deus me coroou a fazer o último gol, fico muito feliz, principalmente por ser um time do tamanho do Grêmio. Foi muito marcante na minha vida. Jamais esquecerei do gol e do que vivi em Porto Alegre — disse o zagueiro, autor do último gol da história do Olímpico.
Desde aquele gol solitário em uma tarde de domingo, 10 anos se passaram e o estádio, que ia ser destruído e usado pela OAS, segue de pé. Não como nas melhores memórias gremistas, com títulos, gols e milhares de torcedores no pátio, mas como um lugar abandonado qualquer no meio da cidade. A pintura já não remete mais aos troféus, a grama (dentro e fora) já é alta e moradores de rua ocuparam o local por algumas vezes.
Abaixo, a ficha técnica do último jogo da história do Estádio Olímpico:
TAÇA PIRATINI - 8ª RODADA - 17/2/2013
GRÊMIO
Dida; Pará, Werley, Cris e André Santos (Alex Telles, int.); Fernando, Souza, Elano (Moreno, 26'/2º), Zé Roberto; Vargas e Welliton (Bertoglio, 26'/2º). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
VERANÓPOLIS
João Ricardo; Edinei, Jonas, Garibaldi e Fininho; Escobar, Márcio Reis, Eduardinho e Juninho (Maicon Assis, 26'/2º); Valdo (Maranhão, 36'/2º) e Lê (Leandor Rodrigues, 43'/2º). Técnico: Julinho Camargo
Gols: Werley (G), 23min do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Vargas, Zé Roberto e André Santos (G); Fininho, Márcio Reis (V).
Renda: R$ 308.972,50.
Público: 13.117.
Arbitragem: Márcio Chagas, auxiliado por Júlio Espinoza e Vilmar Burini.
Local: Estádio Olímpico