O grupo alemão Zugspitz Artisten atraiu multidões em cidades brasileiras na década de 1950. Em um espetáculo de acrobacias, malabarismo e equilibrismo, os artistas faziam travessias em cabo de aço, normalmente presos aos edifícios mais altos. Sem redes de proteção ou cintos de segurança, caminhavam, dançavam e até pilotavam motocicleta.
Na primeira turnê pelo Brasil, em 1951, saíram do Rio de Janeiro em direção aos estados do Sul. O jornal Diário Carioca publicou anúncio da apresentação dos "mais loucos e mais famosos equilibristas de todo mundo", com acrobacias a 70 metros de altura, corrida de motocicleta e demonstrações com mastro de aço.
Em maio de 1957, a trupe estava de volta a Porto Alegre na segunda viagem ao Brasil, com nova formação do elenco, dirigido por Wilhelm Butz. Uma propaganda no Jornal do Dia, em 8 de maio, anunciava a apresentação às 20h30, na Avenida Borges de Medeiros, em um oferecimento da Guaspari. Os alemães vestiam jaqueta com o nome da loja de roupas. No anúncio, o público era convidado para "um desafio aos seus nervos". Zugspitz Artisten pedia a colaboração espontânea de Cr$ 20 para o Fundo de Segurança Própria. O valor equivalia a 10 vezes o preço de um exemplar do jornal.
O filme da Leopoldis-Som, sem áudio, mostra a perigosa apresentação nas alturas, entre os prédios da Avenida Borges de Medeiros, junto à Rua da Praia. As pessoas lá embaixo pareciam estar despreocupadas com o risco de queda dos artistas sobre suas cabeças. Em nenhum dos textos de jornais da época, localizei referência a acidentes.
Em reportagem fotográfica de Léo Guerreiro, a Revista do Globo publicou que era um espetáculo "proibido para quem não anda regulando bem o coração". De acordo com revista, o grupo alemão era formado por Wilhelm Butz, Rudi Berg, Siegpard Bach, Alex Echard e Sylvia Kaebeck. O grupo Zugspitz Artisten também passou por Caxias do Sul e Pelotas em 1957.
O nome da trupe foi inspirado na montanha Zugspitze, no sul da Alemanha, onde os artistas fizeram suas loucuras e ganharam notoriedade mundial.