O centenário prédio do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa já foi centro das articulações políticas no Rio Grande do Sul. O belo edifício fica na esquina das ruas dos Andradas e Caldas Júnior, no centro de Porto Alegre. Na via mais movimentada da cidade em 1922, o jornal A Federação inaugurou a nova sede em 6 de setembro, em meio às comemorações dos 100 anos da Independência do Brasil. Borges de Medeiros era presidente do Estado, que estava prestes a viver a sangrenta Revolução de 1923, a luta de chimangos e maragatos.
O periódico, mantido pelo Partido Republicado Rio-Grandense (PPR), propagava os ideais republicanos e fazia o papel de órgão oficial do governo estadual, mas também trazia notícias internacionais e nacionais, de economia, esporte e cultura. É uma importante fonte de pesquisa histórica hoje. Na inauguração do edifício, o diretor Lindolfo Collor recebeu convidados e discursou. O retrato de Júlio de Castilhos foi colocado em local de destaque.
Com uma arquitetura eclética, o prédio tem três pavimentos, além do subsolo. A entrada é pela Rua dos Andradas, com lateral para a Rua Caldas Júnior (Rua Paysandú, na época). No topo da fachada, colocaram estátua para representar a imprensa. O edifício tinha áreas para escritórios, redação e oficina de composição e impressão do jornal.
Em 1937, quando já era órgão oficial do Partido Republicano Liberal, o Estado Novo extinguiu o jornal A Federação, em atividade desde 1884. Com o fim da operação, o prédio foi usado para impressão do Jornal do Estado e do Diário Oficial do Estado. Em 1947, foi destruído parcialmente por um incêndio, mas reconstruído e ampliado.
O prédio, tombado pelo Patrimônio Histórico de Porto Alegre, abriga o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, criado em 1974 para preservar a história das comunicações. A instituição da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) recebe exposições e cursos, além de ter espaço para pesquisas. O atendimento é de segunda-feira a sábado, das 10h às 19h.
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