A história de São Sebastião do Caí, que comemora 150 anos, está diretamente relacionada ao Rio Caí. Construída no entorno de um próspero porto fluvial, a cidade convive com as enchentes. As inundações de 2023 e 2024 foram as maiores já registradas.
No novo livro Fotoálbum histórico de São Sebastião do Caí, o professor de história da Unisinos Caio F. Flores-Coelho resgata a trajetória e muitas imagens das transformações do município. No território que era habitado por povos indígenas, famílias luso-brasileiras, com escravizados, se estabeleceram a partir do final do século 18.
Na beira do Caí, um porto natural de terra facilitava o embarque e desembarque de mercadorias e passageiros. O primeiro nome foi Porto do Matheus, em referência a Bernardo Matheus, que ocupou sesmaria na margem do rio. As sesmarias vizinhas eram das famílias Santos Borges e Pires Cerveira.
Em função da troca de proprietários das terras no século 19, o porto às margens do Rio Caí teve outros dois nomes: Theodora e Guimarães. Em 1846, a região passou a pertencer a São Leopoldo, que se desmembrou de Porto Alegre.
A família Guimarães loteou e vendeu parte da fazenda junto ao porto, onde nasceu o núcleo urbano do município. Depois da Revolução Farroupilha, imigrantes alemães chegaram em maior número ao Vale do Caí. Em 1875, o porto também virou ponto de passagem dos imigrantes italianos, que desciam dos barcos vindos de Porto Alegre e seguiam rumo à Serra. Em função da posição estratégica, prosperaram o comércio e a indústria.
Em 1º de maio de 1875, ocorreu a emancipação de São Sebastião do Caí. O nome surgiu dois anos antes. O bispo D. Sebastião Dias Laranjeiras escolheu o santo padroeiro da nova paróquia, São Sebastião, adicionando "do Caí".

Os moradores estão acostumados com as enchentes. O registro mais antigo é de 1854. Antes da grande enchente de novembro de 2023, a maior cheia era de 1878, com nível de 14m82cm. No século 20, o rio superou os 14 metros três vezes.
O século 21 é marcado pelo aumento na frequência e na intensidade das inundações. São Sebastião do Caí teve oito enchentes com marcas acima de 14 metros desde 2007. A maior foi em maio de 2024, com 17m70cm.
— As enchentes fazem parte da história do Caí, mas agora estão em novo patamar. As mudanças climáticas estão alterando a forma de convivência com o rio — resume o professor Flores-Coelho.

O novo livro, disponível apenas em versão digital, pode ser acessado gratuitamente no site da prefeitura de São Sebastião do Caí (clique aqui).
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