A Vila dos Industriários começou a ser construída na década de 1940 no bairro Passo D´Areia, na zona norte de Porto Alegre. Sob responsabilidade do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), ficou logo conhecida como Vila do IAPI. O conjunto habitacional viu nascer o fenômeno Elis Regina e inspirou muitas colunas de David Coimbra. O nome oficial é pouco conhecido: Conjunto Residencial Passo d'Areia.
As casas foram construídas a partir de 1946, mas a terraplenagem da área começou ainda no governo Getúlio Vargas, quatro anos antes. Inicialmente, o projeto previa 1.625 moradias. Para deixar o custo menor aos associados, optaram por construir 2.533 unidades, entre casas isoladas, residências geminadas e edifícios. Na área de uma antiga chácara, as obras ocuparam quase 70 hectares. O engenheiro responsável foi Edmundo Gardolinski.
Em 30 de junho de 1948, o governador Walter Jobim fez a entrega das primeiras cem casas. Os primeiros moradores receberam as chaves. Na edição do dia posterior, o Jornal do Dia citou Antão Ferreira de Oliveira como um dos contemplados no primeiro grupo, recebendo a chave das mãos do governador. A obra empregava 700 operários na época. O ponto de referência do conjunto era o fim da linha de bondes Floresta.
Em vídeo com imagens aéreas em 1949, pertencente ao acervo do Arquivo Nacional, é possível ver os edifícios e as casas recém construídos. Em uma área ainda pouco ocupada por moradias, fica evidente a importância do conjunto residencial para a expansão da zona norte.
Em 1953, o presidente Getúlio Vargas fez a inauguração oficial, ou reinauguração, da Vila do IAPI. A curiosidade é que moradores retiraram uma placa colocada pelo antecessor na presidência da República, Eurico Gaspar Dutra.
Nos primeiros tempos, os imóveis eram alugados. Para entrar no sistema de classificação, o candidato precisava ser associado ao IAPI e contribuir há pelo menos seis meses. Na inscrição, o operário da indústria ou do próprio IAPI precisava informar o salário e o número de filhos.
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