Em um esforço para trazer o PSDB para a chapa pela qual disputará a Presidência da República, a senadora Simone Tebet decidiu agir pessoalmente junto ao MDB do Rio Grande do Sul. Ela e o presidente nacional do partido, Baleia Rossi, anunciaram que fizeram um pedido ao diretório gaúcho para avançar nas discussões sobre apoiar Eduardo Leite, que deverá ser candidato pelo PSDB ao Piratini em outubro.
"Estamos confiantes", informou Rossi por meio de sua rede social.
Segundo ele, as conversas se iniciaram junto ao presidente do MDB no RS, Fábio Branco, e ao ex-governador gaúcho Germano Rigotto, que trabalha na pré-campanha de Tebet ao Palácio do Planalto.
Nesse contexto, a chapa dos sonhos de Tebet e do diretório nacional seria formada com Eduardo Leite e o deputado Gabriel Souza como vice.
Há, contudo, resistências da chamada velha guarda do MDB gaúcho, com rusgas que restaram da eleição em que Leite derrotou José Ivo Sartori, em 2018. Além disso, o partido enfrentou um racha interno quando da definição sobre quem seria o candidato (Alceu Moreira ou Gabriel Souza), no início desse ano.
Entenda a resistência da chamada "velha guarda"
Apesar da inclinação de Tebet, parte do MDB gaúcho resiste à aliança com Eduardo Leite. Primeiro porque a chamada "velha guarda" já havia resistido à apresentação e escolha do nome de Gabriel Souza, num processo em que o partido rachou entre aqueles que apoiavam o nome de Alceu Moreira contra o do deputado. As prévias, na ocasião, foram canceladas.
Além disso, como a coluna mencionou acima, ainda há mágoas da eleição de 2018, quando Leite derrotou Sartori, que à época tentava a reeleição. Nesse ponto, vale lembrar o episódio "levantar a bunda da cadeira", quando, durante um debate no segundo turno, Sartori se incomodou com uma fala de Leite insinuando que faltava ação mais concreta por parte do então governador.
Aliás, esse grupo insiste na tese de que é preciso ter candidato próprio pois, na visão dele, o MDB estaria perdendo protagonismo local.
A resistência está posta, mas como definiu um observador atento: "Faz muito sentido eles reclamarem, mas depois acabarem cedendo; a política tem dessas coisas". Entretanto, há quem duvide que a "velha guarda" apoiará publicamente o acordo.
Os próximos dias serão de conversas e costuras. Há de se acompanhar as cenas dos próximos capítulos.