ATUALIZAÇÃO: no final da manhã desta quinta-feira, Simone Tebet cancelou a agenda no RS por conta do falecimento do sogro.
A visita da senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet, ao Rio Grande do Sul, que ocorreria nesta quinta-feira e foi adiada, ocorre em meio ao impasse sobre uma possível aliança entre MDB e PSDB para a disputa ao governo do Estado em outubro.
Como se sabe, Eduardo Leite (PSDB) desistiu da investida nacional e agora está focado em construir uma candidatura no cenário estadual, sob a perspectiva de que é preciso ficar atento ao "populismo" e, assim, "evitar o retrocesso" quanto à agenda econômica executada desde a gestão Sartori.
— Tenho muita preocupação com o populismo à direita e à esquerda que rondam e tentam buscar protagonismo eleitoral no Rio Grande do Sul, colocando em risco o caminho que o nosso Estado tomou — afirmou, em entrevista ao podcast Zona Eleitoral, de GZH, em maio.
Diante desse cenário, o MDB nacional agora trabalha para que Gabriel Souza, pré-candidato pelo partido, possa compor com Leite uma candidatura competitiva ao governo do Estado. O tema foi tratado em reunião com líderes políticos — inclusive Tebet e Leite — em Brasília. Contudo, há resistência da chamada "velha guarda" do MDB gaúcho.
Primeiro porque a "velha guarda" já havia resistido à apresentação e escolha do nome de Gabriel Souza, num processo em que o partido rachou entre aqueles que apoiavam o nome de Alceu Moreira contra o do deputado. As prévias, na ocasião, foram canceladas.
Além disso, ainda há mágoas da eleição de 2018, quando Eduardo Leite derrotou José Ivo Sartori, que à época tentava a reeleição. Nesse ponto, vale lembrar o episódio "levantar a bunda da cadeira", quando durante um debate no segundo turno Sartori se incomodou com uma fala de Leite insinuando que faltava ação mais concreta por parte do então governador.
Aliás, esse grupo insiste na tese de que é preciso ter candidato próprio pois, na visão dele, o MDB estaria perdendo protagonismo local.
A resistência está posta, mas como definiu um observador atento: "Faz muito sentido eles reclamarem, mas depois acabarem cedendo; a política tem dessas coisas". Entretanto, há quem duvide que a "velha guarda" apoiará publicamente o acordo.
Os próximos dias serão de conversas e costuras. Há de se acompanhar as cenas dos próximos capítulos.