Ainda restando pouco mais de um ano para a eleição de 2022, as peças no xadrez político se movimentam com alguma agilidade. No Rio Grande do Sul, não é diferente. E uma das perguntas, ainda sem resposta, é quem será o candidato apoiado por Eduardo Leite (PSDB) na disputa ao comando do Piratini?
Como se sabe, Leite já anunciou que não concorrerá à reeleição. No horizonte, sua pré-candidatura mira a Presidência da República, mas ainda há um processo de prévias que definirá quem será o nome do PSDB a buscar o Palácio do Planalto.
Nos bastidores, quem acompanha o governador mais de perto explica que, se pudesse simplesmente apontar um candidato à sua sucessão, Leite não titubearia escolher o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior. A escolha se daria em função da parceria e da lealdade nas ações de governo.
Em quatro anos de gestão, não foram poucos os momentos de sintonia, como este na Expointer em que Leite ser curvou para "conceder entrevista" ao vice, em um estande montado próximo à Casa do Governo no Parque de Exposições Assis Brasil.
— Vim conferir se o vice-governador estava falando mal de mim — brincou Leite que em seguida elogiou o trabalho de Ranolfo como secretário da Segurança e emendou "esse é o cara".
Mas a política gaúcha é mais complexa do que simplesmente uma relação próximo de trabalho. E aí cabe observarmos além. Durante os quatro anos de sua gestão, o governador dependeu do apoio de grandes partidos — como o MDB e o PP — para conseguir governar e aprovar as medidas mais importantes, entre elas as reformas que permitiram colocar os salários dos servidores em dia e a manutenção das alíquotas de ICMS.
Internamente, Leite entende como absolutamente "legítima" a aspiração e o protagonismo dessas legendas no próximo processo eleitoral. Atualmente está posto, no PP, o nome do senador Luis Carlos Heinze como candidato ao governo, enquanto o MDB estuda indicar Alceu Moreira. Por isso, segundo interlocutores, Leite teria deixado em aberto a discussão, junto as legendas, sobre quem será o candidato que terá o seu apoio.
Ainda há outras variáveis como: Leite vencerá as prévias do PSDB para se candidatar a Presidência? Se sim, ele precisará se afastar do governo do Estado para concorrer, conforme a legislação. Neste caso, Ranolfo assume o governo e ganha mais chances de ser candidato ao Piratini? E se Leite perder as prévias, irá compor alguma chapa com partidos aliados no RS?
Para cada dessas possibilidades, um leque de opções.