A trégua estabelecida nos últimos dias pelo presidente Jair Bolsonaro, em especial a partir de movimentos dos presidentes da Câmara e do Senado, não durou muito. Nesta sexta-feira (9), o presidente, mais uma vez, fez sua artilharia atravessar a Praça dos Três Poderes e mirou diretamente no Supremo Tribunal Federal.
O alvo escolhido foi o ministro Luís Roberto Barroso, que na quinta-feira (8) determinou a abertura da CPI da covid-19 no Senado. Em um cercadinho, Bolsonaro se dirigiu a apoiadores e disse que o ministro havia feito uma jogada ensaiada com a "bancada de esquerda", com intuito de prejudicá-lo.
Ao fazer esse movimento, o presidente usa de tática conhecida e inflama sua militância ideológica contra o inimigo da vez.
Não há novidade nem mesmo quanto à escolha de um integrante do Supremo. Alexandre de Moraes também já sofreu com a violência digital de apoiadores do presidente.
Em meio à pandemia, é de se lamentar que o presidente ainda use desse tipo de artifício. Faria bem se elegesse o vírus como verdadeiro inimigo da nação.