Um aplicativo de celular foi instrumento fundamental para conter o avanço do coronavírus na Bahia. O instrumento, segundo o governador Rui Costa, oferece acompanhamento médico às pessoas, inclusive com acesso a profissionais para que solucionar dúvidas sobre sintomas e eventuais tratamentos. Mas o ponto mais importante, na avaliação do governador, foi outro: o monitoramento da localização de pessoas contaminadas, a partir das autoridades estaduais e municipais.
Na prática, a pessoa autorizava o Executivo para que houvesse o acompanhamento de sua localização, caso tivesse testado positivo para a covid-19. Sendo assim, as autoridades puderam monitorar os casos e se aquelas pessoas tiveram contatos com outros, facilitando a identificação de possíveis surtos da doença. O modelo teve inspiração nas comunidades asiáticas, segundo contou o governador à coluna.
- Logo no início quando só a Ásia estava com o vírus eu li artigos sobre eles estarem fazendo rastreamento da doença via celular. A diferença é que lá o marco legal permite que o governo tenha acesso automático à movimentação de cada celular, sem autorização das pessoas. Então, se a pessoa testava positivo, o governo sabia se ela tinha saído de casa pelo celular, se ela estava circulando na rua. Então, isso facilitou porque quem testava positivo eles monitoravam para que não saísse de casa - explicou.
O governador contou sobre a disponibilidade de profissionais médicos do Estado, também através de aplicativo. "Podia conversar, os médicos também telefonavam, a pessoa fazia encaminhamentos", explicou. Mas ressaltou a importância de acompanhar a movimentação dos infectados, dentro da estratégia de enfrentamento à pandemia:
- A pessoa autorizava que o celular fosse acompanhado a partir dali. E aí, com autorização, a gente começava a acompanhar e isso ajudava a identificar se uma cidade, um condomínio, se em uma comunidade apareciam vários casos. Esse eu diria que é o maior problema hoje no Brasil. Talvez pela cultura nossa de desrespeito às medidas sanitárias, muitos contaminados, alguns assintomáticos, estão indo para a rua. Estão em contato com outras pessoas. E isso favorece a contaminação (por coronavírus) - avaliou.
O governador também foi questionado sobre eventual reação negativa da população a partir de um monitoramento estatal. E respondeu:
- Nosso direito termina quando começa o direito do próximo. Então, o direito de alguém não ser contaminado (com covid-19) tem de ser respeitado - concluiu.