O governador da Bahia, Rui Costa, falou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (30). Sobre as ações de combate ao coronavírus naquele Estado, Rui Costa citou algumas ações como fundamentais para frear o avanço da doença. Entre elas, a restrição ao transporte intermunicipal ("com isso, impedimos a circulação do vírus") e a adoção de um aplicativo para o celular, com o objetivo de monitorar pessoas que testaram positivo para a covid-19.
- A função principal é garantir que quem está contaminado não saia de casa. O rastreamento por celular ajudou e ajuda muito - explicou.
Sobre eventual reação negativa por parte da população a este tipo de monitoramento, por localização via celular, o governador respondeu:
- Nosso direito termina quando começa o direito do próximo. Então, o direito de alguém não ser contaminado (com covid-19) tem de ser respeitado - disse.
O governador também foi questionado sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia e a respeito de iniciativas como a do governador do Maranhão, Flávio Dino - que enviou ofício ao Palácio do Planalto sugerindo a criação de um pacto pelo emprego, a fim de minimizar os efeitos da crise na economia. Para Rui Costa, o diálogo é importante e necessário. Contudo, ele afirma que esta não é uma postura do presidente, que sequer avisou a ele (governador) que cumpriria agenda em seu Estado.
- Eu não tenho nenhuma objeção ao diálogo (com Bolsonaro), todas as vezes que fui convidado, eu fui. E irei. Ao contrário: nós pedimos algumas reuniões, os governadores do Nordeste, e não fomos atendidos - argumentou.
Quanto a discursos sobre medicamentos que supostamente seriam eficazes no tratamento da covid-19, o governador Rui Costa lamentou a politização de um tema que deveria ficar sob os cuidados de médicos e profissionais de saúde. Segundo ele, o tema tomou conta até mesmo da pré-campanha das eleições (municipais) deste ano. O próprio presidente Bolsonaro fez vídeos e fotos com estímulo à utilização da substância.
- Esse debate (sobre a hidroxicloroquina) deveria estar restrito ao meio médico e científico. Infelizmente, esse debate ganhou as Câmaras de Vereadores e os debates eleitorais. Nós não adotamos nenhum kit (de medicamentos para tratar a covid), nem recomendamos aos municípios que adotassem. Eu vejo com muita tristeza o uso eleitoreiro desses medicamentos - acrescentou.