A demissão do ministro Nelson Teich, que anunciou sua saída do cargo no final da manhã desta sexta-feira (15), reforçou o desapreço do governo Bolsonaro pela ciência e pelos dados técnicos para ações de enfrentamento à Covid-19. Oncologista, Teich havia assumido a pasta há menos de um mês e reforçado a intenção de tomar decisões amparadas em conhecimento científico.
No início desta semana, Teich virou alvo de milícias digitais na internet. Ao não endossar o uso da cloroquina, Teich foi atacado por apoiadores do presidente Bolsonaro e esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter, com a hashtag #ForaTeich. Parte do grupo chamou Teich de “comunista”. Houve quem dissesse que o oncologista estaria a serviço da China. E também surgiram aqueles que pediram que o gaúcho Osmar Terra (MDB) fosse nomeado por Bolsonaro para o lugar dele.
Com a demissão, está escrito mais um capítulo triste dessa história em meio à pandemia. O país ostenta a avassaladora marca de 14 mil mortes por coronavírus e a curva não para de subir. Já seria desesperador se houvesse um líder comprometido, mas não há seriedade quanto à condução de políticas que façam o Brasil superar a grave crise de saúde e com seríssimos reflexos econômicos.
Enquanto isso, milhares de pessoas se aglomeraram em filas nas agências da Caixa em busca de um auxílio de R$ 600.
Como escreveu o ex-ministro Mandetta, oremos.