O governo do presidente Jair Bolsonaro oficializou nesta quinta-feira (23) a inclusão do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) no Programa Nacional de Desestatização, conforme previsto pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. O decreto está publicado no Diário Oficial da União e entra em vigor na data de publicação.
Titular da equipe de Guedes, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, conversou com a Rádio Gaúcha sobre a privatização do Serpro e de outras estatais, inclusive a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social). Para Salim Mattar, a privatização é absolutamente necessária porque "empresa estatal não funciona bem". Ele sustenta que em outros países, como os Estados Unidos, os dados são geridos pela iniciativa privada.
— Empresa estatal não funciona bem. Os nossos dados (sigilosos) estão sendo vendidos por servidores públicos dessas estatais . Então nós temos que privatizar. Porque aí tem legislação e poderemos processar essas pessoas. Hoje, todos nossos dados bancários estão nos bancos, no entanto nossos dados são privados. Se um banco abrir os seus dados, ele pode ser fechado. Por isso precisamos privatizar Dataprev e Serpro. A iniciativa privada é mais cuidadosa que a empresa pública e não permitirá que esses dados sejam distribuídos ao mercado. Se fosse (empresa) privada, não aconteceria isso — destacou.
A fala gerou revolta de funcionários das estatais, que chegaram a cobrar em mensagens publicadas nas redes que Salim Mattar provasse as irregularidades apontadas em sua fala.