Crítico ferrenho da administração do Estado sobre estatais, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou nesta terça-feira (21) que o Hospital das Clínicas de Porto Alegre e o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) devem permanecer públicos.
De acordo com Mattar, o GHC está no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) "com o objetivo de fazer estudos no sentido de melhorar a qualidade do serviço, mas não é para vender". Na mira para 2020 estão outros 300 ativos — de um total de 624 — que devem ser privatizados, como a Trensurb. A expectativa de arrecadação com a medida é de R$ 150 bilhões ao longo do ano.
— Precisamos reduzir o tamanho do Estado. Imagina, encontramos 695 empresas das quais o governo tinha participação. Imagina a quantidade de diretores que tem que buscar no mercado, conselheiros. Na realidade, o Estado tem que cuidar da qualidade de vida do cidadão, isso que é importante — enfatizou o secretário, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Dos ativos listados pelo governo para desestatização, cerca de 200 são da Eletrobras, alvo de um mercado mundial sedendo por investimentos, segundo Mattar. Citando uma cifra trilionária, o secretário explica que o que "este capital mais deseja é geração de energia, a segunda coisa é transmissão de energia e a terceira é a distribuição de energia".
O projeto para privatizar a Eletrobras ainda precisa passar pelo Congresso para que o governo possa perder o controle do Capital. Para Mattar, mais uma vez, a melhor opção:
— Não há motivo pelo qual o Estado tenha este tipo de negócio. O Estado tem que cuidar da qualidade de vida do cidadão e não ser empresário. Como empresário, já demonstrou que tem sido péssimo ao longo dos anos. Basta verificar como são ineficientes as nossas estatais.