A deputada federal e ex-líder do governo Bolsonaro, Joice Hasselmann (PSL), usou as redes sociais para responder à gaúcha Manuela D'Ávila (PCdoB), que manifestou solidariedade a ela em uma carta aberta publicada nesta quarta-feira (6) por conta da série de ataques relatados na tribuna da Câmara nesta semana. Em depoimento publicado no Twitter nesta quinta, Joice fez questão de dizer que tem posição política oposta à da ex-parlamentar. Mas agradeceu a manifestação de Manuela, retribuiu a solidariedade e lamentou as agressões dirigidas a ela e sua família.
"Estamos em campos políticos diametralmente opostos — sou de direita e você de esquerda — mas podemos nos respeitar até nas discordâncias. Obrigada pela solidariedade", escreveu.
Na carta aberta de Manuela a Joice Hasselmann, a ex-deputada disse saber como a deputada federal está se sentindo, pois é alvo constante de mensagens de ódio disparadas na rede. Ela chegou a lembrar do episódio em que uma mulher a agrediu enquanto estava com sua filha bebê no colo, durante um show do marido, o músico Duca Leindecker. Mas, para além disso, Manuela pontua um outro ponto e que, para ela, foi determinante para a decisão de publicar a carta aberta a Joice Hasselmann:
— Podemos dizer que ela é uma pessoa que tem uma condição privilegiada, diferente de nós que já havíamos sofrido esses ataques. Ela esteve com essa turma, que promove fake news e ataques nas redes, durante anos. Então eu penso que ela tem a chance de transformar esses ataques, esse sofrimento, em algo além disso. Eu mesma transformei o meu caso num trabalho de combate às fake news (através da criação do instituto). Ela tem o poder de transformar esse episódio em denúncia das pessoas que promovem isso. Todas nós, várias de nós, sabemos como ela está sentindo. E, claro, cada uma trabalha de um jeito. Mas só ela pode transformar esse episódio em algo que identifique quem são os autores dessas barbaridades — contou à coluna.
Choro e desabafo na tribuna
Na última terça-feira, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para atacar o que chamou de "gangue" que comanda "um massacre público" contra ela no "submundo da internet". A deputada afirmou que, hoje, o que existe no país é a "república do Twitter" e a "república da filhocracia", e chorou ao relatar que os ataques chegaram a seus filhos e foi apoiada por integrantes da oposição.