O ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência e antigo aliado de Jair Bolsonaro Gustavo Bebianno reiterou à coluna a avaliação de que os filhos do presidente — em especial, Carlos e Eduardo Bolsonaro — atrapalham a condução do governo, em Brasília. A declaração ocorre em meio a novos capítulos da crise do PSL, que rachou o partido entre bolsonaristas e bivaristas. À coluna, Bebianno disse que o vereador e o deputado federal são muito "vaidosos" e "egocêntricos", a ponto de manipular "emocionalmente" o presidente da República.
Bebianno, que foi demitido e afastado do núcleo próximo ao presidente da República, considera ter sido vítima do vereador Carlos Bolsonaro, a partir de uma estratégia que incluiu direcionar uma militância digital contra ele.
— Eles agem de uma maneira insana, criando teorias da conspiração. O Eduardo também foi às redes sociais me atacar, assim como o Carlos, sempre pelas costas, jogando aquela militância digital contra mim. Aliás, como via de regra, eles atingem os aliados do pai pelas costas. Não basta concordar com 99% do que eles dizem. Se você discordar 1% é mais do que suficiente para que eles promovam um linchamento público — disse.
Recentemente, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL) foi vítima de ataques virtuais, insuflados em especial por Carlos Bolsonaro e chegou a receber solidariedade da opositora Maria do Rosário (PT). Com apoio do vereador do Rio de Janerio, a hashtag #DeixeDeSeguirAPepa se tornou um dos temas mais comentados do Twitter no Brasil, em alusão à deputada que foi destituída da liderança do governo Bolsonaro no Congresso. À coluna, Bebianno citou outros exemplos desses "linchamentos" virtuais em aliados ou ex-aliados do presidente:
— Veja o que eles fizeram com o general Santos Cruz. Foi linchado. Pela militância, inflada pelo Carlos Bolsonaro, um garoto de calças curtas, que nunca trabalhou. Veja, atacar um general como o general Mourão, um homem preparado, que estudou, trabalhou, é vice-presidente da República. Até mesmo o general Villas Bôas, comandante do Exército, um herói brasileiro, foi atacado por essa militância virtual— avaliou.
Bebianno classificou a postura de "covarde", porque, na avaliação dele, os ataques ocorrem por outros perfis, orquestrados e apoiados pelos filhos do presidente.
— O grande pecado do presidente é não ter pulso com os filhos. Ele acaba permitindo que os filhos agridam aqueles que sempre estiveram ao seu lado — completou.