Anunciado como um dos vencedores edição 2019 do prêmio WISE Awards — da Cúpula Mundial de Inovação para a Educação, o programa Criança Feliz foi reconhecido pelo CEO da WISE Foundation, Stavros Yiannouka, como uma iniciativa extremamente eficaz, capaz de "engajar comunidades locais" e que pode ser aplicada por outros países no sentido de garantir o desenvolvimento das crianças. O prêmio reflete um reconhecimento mundial, já que a entidade se dedica ao incentivo de pesquisas, à capacitação e ao debate de formas de superar os desafios globais da Educação.
A iniciativa, gestada no governo Temer e ampliada na gestão de Jair Bolsonaro, tem como público-alvo gestantes e crianças de até três anos integrantes de famílias que recebam o Bolsa Família; crianças deficientes de até seis anos que recebam Benefício de Prestação Continuada (BPC) do Governo Federal e crianças de até seis anos que forem afastadas da família por medidas de proteção.
A avaliação de Yiannouka foi produzida a pedido da equipe do Ministério da Cidadania, que tem à frente o ministro gaúcho Osmar Terra. A coluna teve acesso ao conteúdo da fala do CEO e as razões que levaram o Criança Feliz a ser um dos vencedores da premiação. Entre elas, o fato de ser uma iniciativa que pode ser reproduzida "em escala", mundialmente. O CEO também chamou a atenção para o fato de o governo Bolsonaro ter ampliado o programa, que teve início na gestão do ex-presidente Michel Temer.
— O fato de o programa ter começado em 2016, em uma outra administração, e ter sido ampliado é um bom sinal para nós porque acreditamos que o investimento na Educação é algo que deve transcender a política. Ele deve realmente ser uma prioridade para o desenvolvimento humano — afirmou.
Confira um trecho da avaliação feita pelo CEO da WISE Foundation, Stavros Yiannouka, à qual a coluna teve acesso.
Por que o programa do governo brasileiro de atenção à Primeira Infância, o Criança Feliz, foi vencedor?
Em geral nós gostamos do tema por possibilitar a medição do impacto, ter custos relativamente baixos e ser uma área com foco que consideramos correto para a inovação. O que nós gostamos especificamente do programa do Brasil foi a parte da ciência do aprendizado, como o fato de usar bases científicas para a montagem das intervenções. Ele também tem uma base ampla de apoio, consegue engajar as comunidades locais e utiliza dados de outros programas existentes no país para chegar às pessoas que realmente necessitam desse suporte.
Como o Criança Feliz pode contribuir para a superação dos desafios globais da Educação?
Nós procuramos por iniciativas que possam ser reproduzidas em escala. O Criança Feliz certamente é escalável e já atingiu um alcance muito significativo no Brasil. Ele é um programa que poderá ser replicado por outras nações e acreditamos que podemos chamar a atenção de outros governos de países em desenvolvimento, ou de já desenvolvidos, para a proposta. Os problemas atacados pelo Criança Feliz atingem países ricos e pobres, e eles podem aprender com a experiência do Brasil e adaptá-la a seus próprios contextos.
E como o senhor acredita que o Criança Feliz pode melhorar a situação desses países?
Todas as pesquisas científicas comprovam que a Educação está relacionada aos melhores resultados em índices de saúde, produtividade e pacifismo, por exemplo. Assim, toda a intervenção que estimula crianças a serem melhores tem potencial de transformar e é muito bem-vinda.