Procurador da força-tarefa da Lava-Jato, o gaúcho Antônio Carlos Welter conversou com o programa Timeline, da Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira (23). Ele reagiu à série de reportagens publicadas pelo portal Intercept Brasil e disse que não tem dúvidas sobre a intenção de "prejudicar" as investigações que revelaram um esquema sofisticado de corrupção instaurado na Petrobras. Nesta sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou a 64ª fase da Lava-Jato, para apurar fatos de diferentes inquéritos, impulsionada pelo acordo de colaboração premiada do ex-ministro Antonio Palocci.
Na conversa, Welter teceu críticas a um dos fundadores do Intercept, o jornalista Glenn Greenwald. Ele acrescentou que, na sua avaliação, Glenn não age como "jornalista", mas sim como um "ativista político".
— Se ele fosse um jornalista sério, ele pegaria e divulgaria tudo na imprensa — acrescentou.
Ele também falou sobre o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, que foi alvo de série de reportagens que mostraram diálogos entre ele e outros procuradores e também o atual ministro da Justiça, Sergio Moro — ex-juiz federal. Welter reconheceu que Deltan tinha proximidade com Moro, mas sublinhou que não existe essa proximidade que, segundo ele, estão "querendo vender".
— Devassaram a vida do Deltan nos últimos cinco anos e descobriram que ele fazia palestra? Pelo amor de Deus — disparou.
Welter também comentou a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Lava-Jato, e sobre os grupos que afirmam que ele está preso injustamente. Ao ser questionado sobre se Lula é um inocente preso , Welter respondeu:
— Ele é um preso não inocente, ele é um preso que cometeu vários crimes. (Quais?)Ele foi durante muito tempo presidente da República e ele permitiu e agiu pra que se organizasse dentro do governo, do qual ele era presidente, uma estrutura criminosa que ao fim beneficiou ele e algumas outras pessoas. Ele trabalhou para que dentro da Petrobras fossem colocadas pessoas chaves, e essas pessoas permitiram que contratos fossem feitos de forma fraudulenta que beneficiaram empresas como a Odebrecht, a OAS. (...) Ele viajava de jatinho da Odebrecht pra cima e pra baixo, ganhava presentes maravilhosos. Ele, sim, participou e era chefe de uma organização criminosa — explicou.
Assista à entrevista completa aqui: