Deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, o gaúcho Alceu Moreira (MDB), subiu o tom nesta quarta-feira (24) e reagiu a declarações de especialistas que criticaram o novo marco regulatório adotado pela Anvisa para avaliação dos riscos à saúde vinculados a agrotóxicos. Conforme informações reveladas nesta terça, a agência vai adotar novos critérios e usar apenas estudos de mortalidade para definir a classificação — passará a considerar apenas os casos em que há risco de morte por contato com o produto.
No programa Timeline, da Rádio Gaúcha, Alceu Moreira declarou que a nova classificação "não libera produto algum", somente regula a diferença entre "risco e perigo". O deputado acrescentou ainda que o novo marco regulatório já é adotado em muitos países desenvolvidos.
— A Anvisa não liberou o uso de outros agrotóxicos. Só tem uma diferença de risco e perigo, utilizada no mundo inteiro, usada rigorosamente igual. (...) Mas há aqueles que querem criminalizar a produção no Brasil, com uma imagem externa de um país de vira-lata e que fazem esse discurso absolutamente raso, superficial, sem aprofundar o processo. Essa decisão está absolutamente correta e é cientificamente baseada numa metodologia internacionalmente utilizada — sublinhou.
Assista ao vídeo da entrevista com o presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Alceu Moreira (MDB-RS):
De fato, a Anvisa adotará um formato chamado de GHS (nome da sigla em inglês que indica Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem), padrão indicado pela ONU e adotado em 53 países, incluindo alguns da Europa, e que serve para outros produtos químicos.
Ontem, o diretor-geral de toxicologia da Anvisa, Carlos Gomes, também defendeu a medida.
— Da forma que saía a classificação, ninguém sabia qual era a toxicidade correta — sustentou.