Quem "cantou a pedra" foi o jornalista e crítico musical Juarez Fonseca: nesta quarta-feira (4), um dos grandes sambistas que este Estado já produziu estaria completando 110 anos. Trata-se de Túlio Piva.
Ao lado de Lupicínio Rodrigues, Túlio é o mais reconhecido autor gaúcho de sambas, com dezenas de gravações por cantores como Elza Soares, Jair Rodrigues, Demônios da Garoa, Germano Mathias e até Elis Regina no início da carreira.
Como destaca Fonseca, ele começou tocando os tangos que ouvia nas rádios argentinas em sua cidade natal, Santiago. Ao conhecer as músicas de Noel Rosa, nos anos 1930, encantou-se com o samba e levou para o violão (que já tocava bem) a potência rítmica do tango.
O artista convenceu a família a transferir para a Capital o seu negócio (uma farmácia). Tinha tino para negócios, mas queria mesmo ficar perto das oportunidades musicais.
Em 1975, Túlio uniu os talentos ao abrir o bar Gente da Noite (título de outro samba de sucesso), que durante 10 anos acolheu os boêmios da cidade. Era um gentleman, segundo Fonseca, que o conheceu pessoalmente, e a todos conquistava "com sua fala macia e seu samba inconfundível".
Túlio morreu em 1993. Em 2017, foi tema do documentário Túlio Piva – Pandeiro de Prata.