O nome do novo rótulo que eles lançaram nesta semana, como símbolo da reconstrução da Capital, é Porto. Poderia muito bem ser Resistência. Assim mesmo, em caixa alta.
Depois de ver a fábrica imersa em 1m60cm de água, de descartar mais de 20 mil garrafas tingidas de lama e de amargar prejuízo estimado em R$ 2 milhões, os três amigos à frente da cervejaria Alcapone limparam tudo, arrumaram o estrago e reativaram os tanques de inox. Estive lá para ver o renascimento de perto.
O negócio é um dos precursores no ramo das cervejas artesanais na Região Metropolitana. Fundado há 12 anos, fica no 4º Distrito de Porto Alegre. A região vinha se destacando como polo cervejeiro e foi duramente afetada pela catástrofe climática.
Nem todos resistiram, mas o trio superou as dificuldades. Com a ajuda de parceiros (que ofereceram suas fábricas para que eles não parassem a produção), a compreensão de fornecedores (que ampliaram prazos), o apoio de clientes (que aderiram a um clube de assinaturas da marca) e o socorro de verbas federais e estaduais, eles conseguiram se reerguer. Voltaram com tudo.
— Não foi e não está sendo fácil, mas a gente nunca cogitou desistir — conta Andrews Calcagnotto, um dos sócios.
Como sempre digo: é preciso celebrar as pequenas grandes vitórias, nesse caso, claro, com um brinde.