A derrubada de um jacarandá de cerca de 10 metros de altura na Praça Getúlio Vargas, no centro de Alegrete, virou motivo de polêmica na comunidade. Na última quarta-feira (3), moradores foram surpreendidos pela medida, adotada para dar espaço ao novo Centro de Atendimento ao Turista (CAT) do município.
— Quando vimos, a árvore já estava no chão. Nos culpamos por não termos conseguido reagir a tempo — diz Valéria Appratto Dornelles, presidente do Instituto Botucatu, entidade socioambiental fundada em 2003 na cidade.
O problema em questão não é o CAT em si, importante para acolher as pessoas que visitam a região (com previsão de atendimento especializado, área de descanso, painéis interativos, mapas e folhetos), mas o local escolhido para a obra. Na avaliação dos membros da entidade, havia alternativas, na própria praça ou nos arredores.
— Entendemos que não havia justificativa para cortar a árvore — reforça Valéria, lembrando que o jacarandá é uma planta nativa e que, além de tudo, oferece sombra e beleza única, em especial na época de floração, que costuma ocorrer entre os meses de outubro e novembro.
Celebrada na prefeitura como um avanço para o turismo local (inclusive com projeto moderno e visualmente bonito, doado por uma construtora), a criação do CAT está sendo bancada com recursos de uma emenda impositiva do vereador João Monteiro (Progressistas), que, após a polêmica vir à tona, se pronunciou sobre o caso nas redes sociais.
No texto, intitulado "sou culpado", Monteiro diz ser o responsável pela indicação do local à Secretaria Municipal de Turismo. Segundo ele, a área era "vocacionada" para receber o CAT, já que, ali sempre foram erguidas estruturas provisórias em eventos municipais.
O vereador, contudo, nega que tinha conhecimento prévio do corte do jacarandá. "Eu sabia que ia ter que abater uma árvore!? Não, confesso que não, mas a Secretaria de Turismo encaminhou tudo para licenças e entendo que tenham feito do modo certo". Ele pondera ainda que "o turismo é algo a ser pensado e merece investimento", por gerar emprego e renda (leia a manifestação dele na íntegra, abaixo).
Até manhã desta sexta-feira (5), a gestão municipal não havia se manifestado oficialmente sobre a controvérsia. A coluna está aberta.
Veja a manifestação do vereador João Monteiro nas redes sociais:
Veja, também, a nota do Instituto Botucatu: