É um sonho de décadas, que vai finalmente virar realidade. Na próxima semana, será inaugurado para convidados, na Capital, o Memorial da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), orgulho da cidade, patrimônio dos gaúchos. A abertura ao público está marcada para 21 de novembro.
Nas últimas cinco décadas, a Ospa superou todo tipo de obstáculo no caminho trilhado até aqui - da falta de verbas às dificuldades de estrutura (quem não se lembra da longa e ingrata busca por um espaço próprio?). Nada disso impediu a consolidação da instituição no cenário musical, com um trabalho que - sem exageros - se iguala ao das melhores sinfônicas do mundo.
A trajetória está documentada em milhares de registros físicos, até então guardados em arquivos, caixas, armários e gavetas longe dos holofotes. São fotografias emblemáticas, programas e cartazes de antigos concertos, partituras, textos e fragmentos de jornais, documentos oficiais, projeções de cenários e figurinos - e tudo mais o que você puder imaginar.
As relíquias começaram a ser compiladas desde que um húngaro genial, exigente e afetuoso chamado Pablo Komlós “inventou” a Ospa, em 1950. Komlós morreu em 1978, mas, de onde algum lugar, deve estar aplaudindo de pé.
Com curadoria de Paulo Amaral, o memorial vai funcionar na Casa da Música, sede da orquestra desde 2018, no Centro Administrativo do Estado (Avenida Borges de Medeiros, 1.501).
Ali, os visitantes encontrarão uma área especial dedicada ao regente (com objetos pessoais e a própria figura de Komlós com sua batuta), uma linha do tempo detalhada e uma mesa interativa para navegar pelos itens digitalizados do acervo.
Haverá, ainda, croquis e desenhos originais de cenários de óperas e um diorama, espécie de maquete cênica onde será possível ouvir o som dos instrumentos, conhecê-los, saber onde se posicionam na orquestra e entender o funcionamento dela.
— Passamos dois anos abrindo pastas antigas para montar esse quebra-cabeças. Estou muito feliz com o resultado. Acho que será útil tanto para pesquisadores quanto para as crianças — diz Amaral, que chamou o historiador da arte José Francisco Alves, outro craque, para ajudá-lo nas pesquisas.
A inauguração será na próxima terça-feira (14). A visitação pública começa no dia 21 de novembro, sempre de terças a sextas-feiras, das 12h às 17h, e, em dias de concerto, das 12h até o fim do espetáculo. E o melhor: de graça.