O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) deu exemplo, na manhã desta quarta-feira (8), ao anunciar, no Fórum Internacional do Clima, em Porto Alegre, a decisão de fazer o inventário de carbono de sua sede. A medida é um recado claro contra o negacionismo climático, que teima em persistir em alguns setores, enquanto o planeta entra em ebulição.
As famosas “torres gêmeas” - como são chamados os dois prédios do MP junto à orla do Guaíba - serão alvo de análise nos próximos seis meses, a partir de uma parceria firmada com o Senai-RS e o Instituto Latino Americano de Desenvolvimento Econômico Sustentável.
Traduzindo para a “língua de gente”, isso significa que especialistas irão mapear e quantificar as fontes de emissão de gases de efeito estufa dos edifícios, onde trabalham e circulam centenas de pessoas. A partir daí, será possível trabalhar para mitigar as emissões, em especial do CO2, um dos vilões do aquecimento global.
Mas, se são “só dois prédios”, por que isso é tão importante?
Quando uma instituição do porte do MP gaúcho anuncia uma medida como essa, de modo pioneiro no país, ela está dizendo com todas as letras que a emergência climática existe, sim, e mais: que organizações públicas (e privadas) devem não só se posicionar sobre o tema como adotar medidas práticas para frear o avanço da crise.
É simbólico.
Não existe uma única bala de prata. As mudanças em curso - cuja face visível são os eventos extremos, como tempestades, inundações, ondas de frio e de calor e secas prolongadas - só serão atenuadas se cada entidade, cada empresa e cada família começar a agir de forma consciente, dentro de suas possibilidades.