Até São Pedro ajudou. A chuva que estava prevista não caiu, e o reencontro de Porto Alegre com a Feira do Livro foi como manda a tradição: com corredores lotados, cheirinho de pipoca estalando no ar e conversa animada. Estive lá.
Tirei o sábado (28) para caminhar pela Praça da Alfândega e prestigiar o evento. Abracei amigos, vi uma exposição linda (em breve, conto sobre ela aqui na coluna) e curti cada segundo.
Enquanto bebia um chope cremoso (um brinde, David!), fiquei me perguntando: o que, afinal, tem de tão especial aqui? Acho que descobri.
Não são só os livros. É o clima. O ambiente.
Ali, sob os velhos jacarandás, Porto Alegre se transforma. O tempo para - ou são as pessoas que dão um jeito de arranjar tempo para parar, não sei. Quem vai à feira, vai para caminhar numa praça arborizada e florida, que lembra um pouco o Interior - ou uma Capital que já não existe mais.
Quem vai, vai sem pressa. Caminha a esmo entre as bancas e - acredite! - até compra livros (contém ironia).
As pessoas esbarram-se pelos caminhos, não por estarem absortas na tela do celular. Estão “perdidas” naquele universo paralelo em pleno Centro Histórico. É um momento de respiro para passear com os filhos, rever os amigos e se reconectar à cidade.
Ali, entre livreiros, pipoqueiros, vendedores de cata-ventos e de algodão doce, a metrópole de concreto parece ser mais acolhedora. A feira tem alma. Talvez seja isso. E todos são bem-vindos.