Sou testemunha do sucesso da peça genial que, em 2023, completa 40 anos de estrada e mais de 2 mil apresentações Brasil afora. Assisti a "Bailei na Curva" duas vezes: aos 13 anos e há alguns meses, aos 43.
Ainda menina, vinda do Interior em uma excursão do colégio, entrei pela primeira vez no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, e nunca mais esqueci - assim como também não esqueço o impacto que aquela encenação teve sobre mim.
Voltei a rever “Bailei” com olhos de mulher adulta, depois de já ter visto muitas outras peças, com uma bagagem, digamos, mais pesada. Pois me emocionei outra vez. O teatro tem dessas, não é, Julio Conte?
Conte é o diretor e a mente inquieta e criativa por trás da montagem. O espetáculo narra a trajetória de vida de um grupo de crianças gaúchas de abril de 1964 - em pleno golpe militar - até a redemocratização, terminando com a esperança que o país depositava em Tancredo Neves.
É, no fundo, a história do Brasil da segunda metade do século 20, a nossa história, e, talvez por isso, bata tão fundo no peito de quem vê. De alguma forma, nos reconhecemos ali, mesmo aqueles que vieram depois.
Agora, para marcar as quatro décadas de sucesso, "Bailei na Curva" volta ao palco do Theatro São Pedro, no próximo dia 30 de setembro e em 1º, 5, 6, 7 e 8 de outubro, com sessões de quinta-feira a sábado, às 20h, e domingo, às 18h. Todas elas terão tradução para libras e, no dia 1º de outubro, haverá ainda audiodescrição. Ingressos à venda no site do teatro.
Se puder, assista. Vai por mim.