Já se vão 10 anos e oito meses desde que a tragédia na boate Kiss matou 242 pessoas e feriu outras 636 em Santa Maria. Dito isso, nesta terça-feira (5), a sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a anulação do júri realizado em dezembro de 2021 no Rio Grande do Sul, que condenou quatro réus a penas de 18 a 22 anos de prisão.
O placar final, como mostra a reportagem de Marcelo Gonzatto, em GZH, foi de quatro votos favoráveis à anulação e um contrário. Com a decisão, o júri e as penas perdem a validade por conta de irregularidades processuais. Uma década depois do incêndio, o imbróglio jurídico no que se transformou o caso volta à estaca zero.
Não era o que familiares de vítimas e sobreviventes esperavam. A frustração é geral, tanto quanto a dor e o cansaço. São longos anos de espera por uma justiça que não vem, reféns de uma Justiça que tem se mostrado morosa.
Será preciso fazer um novo julgamento e passar outra vez por tudo aquilo que vimos em 2021. Se não é fácil para quem não tem nada a ver com a tragédia, imagine para pais, mães, avós, irmãos e para quem conseguiu escapar com vida do inferno.
Não, não era o que essas pessoas esperavam, mas, ao menos, veio a decisão, sem novas suspensões. Se é para ter um novo júri, que se faça. E que seja breve e sem falhas.