Dizem que o cachorro é o mais abnegado companheiro que alguém pode ter. Não só acredito nisso, como sou testemunha do quanto essa relação pode fazer a diferença em momentos extremos, em meio a escombros e tragédias sem precedentes. Nesta semana, o serviço de busca e resgate com cães do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) completa duas décadas.
A história dessa companhia é uma história de parceria, confiança e respeito. De amor, também. Conheci as duplas enviadas em missão especial para Brumadinho (MG), em 2019, após o rompimento da barragem que engoliu gente, casas, lavouras e tudo mais o que havia pela frente.
Ao lado de seus humanos, os labradores Guapo (na foto acima), Bono, Logan e Barão (hoje aposentado) foram gigantes. Chegaram a Minas depois que eu já havia retornado da cobertura que fiz para ZH, GZH, Diário Gaúcho e Rádio Gaúcha, mas segui acompanhando. Foram três meses na lama.
Na volta, cães e tutores receberam medalhas. Junto do fotógrafo André Ávila (autor desta bela imagem), fiz uma reportagem com o grupo antes da condecoração e na cerimônia no Palácio Piratini, um momento bonito.
Para os bichos, foi mais um dia como qualquer outro. Dóceis e altamente treinados, eles estavam tranquilos ao lado dos preceptores. Desde filhotes, aprenderam a encarar o trabalho como brincadeira. Bem cuidados, acabam se tornando membros das famílias de seus parceiros. Quando se aposentam, vão para as casas deles.
A relação é para a vida toda. Não é só trabalho. É bem mais do que isso.