Desde o último sábado (27), a Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina é comandada por uma médica. Com a tradicional capa verde sobre os ombros, traje usado nas sessões solenes da instituição, a endocrinologista Miriam da Costa Oliveira tornou-se a primeira mulher a liderar a entidade, fundada em 1990.
Diante dos colegas, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremers), na Capital, a ex-reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) falou sobre os desafios no horizonte, em especial, relacionados ao avanço da inteligência artificial.
— Há, no mínimo, dois aspectos que preocupam. O mais simples é que é um sistema dados-dependente. Qual a qualidade dos dados inseridos? Quem controla? Mas o que realmente assusta é a inteligência artificial generativa, com a possibilidade de substituição do trabalho criativo pelas máquinas, nada que a literatura de ficção já não tenha explorado, e a consequente perda de milhões de empregos — disse a médica.
Professora titular da UFCSPA, Miriam atua desde 1976 na Santa Casa de Misericórdia da Capital, onde coordena o Centro de Neuroendocrinologia.
Junto dela, tomaram posse como vice-presidentes o psiquiatra Sérgio de Paula Ramos e o cirurgião torácico Darcy Ribeiro Pinto Filho. O mandato vai até 2024.