Criado em 1978, o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da UFRGS, em Imbé, no Litoral Norte, completa 45 anos nesta semana. A instituição tornou-se um marco na defesa do meio ambiente e na disseminação do conhecimento produzido no Rio Grande do Sul e, em tempos de emergência climática, ganha ainda mais relevância.
Ao longo de todos esses anos, mais de 300 mil pessoas já passaram pelo museu e pelas atividades educativas do Ceclimar, em especial, crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares. E não é só isso.
O Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos, um dos braços da instituição, recebe em torno de mil "pacientes" por ano, uma média de 2,7 por dia. São tartarugas, pinguins, albatrozes, leões marinhos, capivaras, jacarés e o que mais você puder imaginar - bichos que aparecem na região costeira debilitados e às vezes à beira da morte. Eles recebem cuidados, são alimentados e preparados - sempre que possível - para retornar ao habitat natural. É um trabalho incrível e vital para a preservação das espécies.
A dedicação aos animais caminha lado a lado com os estudos realizados no local e as aulas de graduação. Somente nos últimos cinco anos, o Ceclimar recebeu 23 projetos de pesquisa, com aporte de R$ 2,7 milhões.
Já o curso de Biologia Marinha, vinculado ao campus da UFRGS em Tramandaí, tem hoje 123 estudantes matriculados e já formou dezenas de biólogos. Com ênfase em Gestão Ambiental Marinha e Costeira, é o único do tipo no RS.
— É um orgulho fazer parte dessa história. Estamos na década dos oceanos e da restauração ambiental, e uma das nossas missões é justamente destacar e promover isso. Queremos fazer ainda mais - resume o professor Enéas Ricardo Konzen, diretor da instituição.
Programação especial
Para celebrar os 45 anos, o Ceclimar lançou uma programação especial nesta semana, com uma série de atividades.
A programação começa nesta terça-feira (23), com atividades reservadas a servidores da unidade e estudantes do curso de Biologia Marinha. A partir de quarta-feira (24), haverá uma série de oficinas para alunos e professores de escolas da região, abordando temas ligados à fauna e à flora do Litoral e às pesquisas desenvolvidas no Ceclimar.
A sexta-feira (26) está reservada à sessão solene de celebração do aniversário na Câmara de Imbé, às 14h, precedida de um workshop no turno da manhã cujo tema é “Fomentando ensino, pesquisa e extensão e buscando a inovação em Ciências do Mar”.
No dia 27, haverá a Olimpíada Científica da Biologia Marinha e feiras artísticas abertas à participação da comunidade. Interessados em expor trabalhos podem fazer a inscrição até 24 de maio neste link.
Para saber mais sobre a programação, acesse o site ufrgs.br/ceclimar e no Instagram.
Um pouco da história
Idealizador do Ceclimar, o professor Irajá Damiani Pinto, da UFRGS, foi quem puxou a frente na fundação de um centro de pesquisas no Litoral Norte. Ele tinha fascínio pela região desde a infância, nos veraneios com a família, e mais tarde passaria a realizar estudos na zona costeira.
No final da década de 70, Pinto apresentou à Câmara Especial de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRGS o projeto de criação do centro, que foi imediatamente aprovado. Em 1978, a universidade tomaria posse de uma área da União de 12 hectares às margens da lagoa de Tramandaí, onde seriam construídas as instalações do Ceclimar. Ainda na década de 70, o órgão funcionou na antiga Colônia de Férias do município, onde ocorreram os primeiros cursos de extensão em Biologia Marinha.
Hoje, o Ceclimar está ligado ao Campus Litoral Norte e abriga o Museu de Ciências Naturais da UFRGS (Mucin), o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos (Ceram) e atividades de pesquisa, ensino e extensão.