O excesso de filtros para melhorar a aparência nas redes sociais não chega a ser novidade, mas há algo de novo no front que foge de tudo o que já vimos. É o uso da Inteligência Artificial (IA) por quem deseja modelar o formato do rosto e esconder imperfeições a qualquer custo. As alterações virtuais são tão realistas, mas tão realistas que as pessoas acabam ficando irreconhecíveis no mundo real.
É o caso de um novo filtro do TikTok (aplicativo de vídeos curtos e divertidos) chamado Bold Glamour. Ele já está presente em 10 milhões de publicações no app. Viralizou geral. Sabe por quê? Por permitir que você altere o nariz, a boca, as bochechas e até aplique maquiagem sem que ninguém se dê conta de que nada disso é verdadeiro. Com a IA, o rosto é modificado à perfeição, em tempo real.
A coisa toda virou motivo de polêmica. Afinal, é apenas uma brincadeira ou é a distorção da realidade? A busca obsessiva pela perfeição pode causar estragos na saúde mental, em especial de adolescentes? Será que esse subterfúgio vai fazer com que mais gente prefira “viver” no mundo paralelo (com cada vez mais horas de tela) a encarar a existência real?
São perguntas pertinentes. Ao que parece, não queremos mais conviver com os nossos “defeitos”, e isso ficou mais fácil, já que não há mais a necessidade de cirurgias plásticas - um clique resolve.
Só que, no fundo, essas "falhas" são as marcas que nos fazem únicos. Ou não?
O debate ganha cada vez mais espaço, também, no showbusiness e no mundo das celebridades. O excesso está virando fardo. Veja o caso da cantora norte-americana Lady Gaga, que se tornou um fenômeno pop não só pelas músicas, mas pela imagem extravagante, do vestido de carne crua ao traje inspirado em freiras.
Até dentro de um ovo gigante ela já circulou. Conhecida por criar “personas”, Gaga surpreendeu - e muito - na noite de premiação do Oscar 2023, no último domingo (12), ao se apresentar sem maquiagem, usando apenas camiseta, calça jeans rasgada e tênis All Star.
Foi um estrondo. E fez pensar. Não fez?