Seja qual for a decisão da Justiça, o primeiro passo para reparar os danos à imagem da Brigada Militar (BM) está dado. Em menos de 20 dias, foram concluídas as investigações sobre a morte de Gabriel Marques Cavalheiro, após abordagem de PMs em São Gabriel.
Alvo da Polícia Civil e da Corregedoria-Geral da BM, os três indiciados serão julgados e terão a chance de se defender nos tribunais. Era o que se esperava: rigor e agilidade na apuração do caso que, além de tudo, feriu a reputação de uma instituição reconhecida pelos serviços prestados à comunidade. Isso é a BM.
Desde o início, chamou a atenção a transparência com que as autoridades trataram o episódio. À frente da corporação, o coronel Claudio Feoli agiu como um líder diante da tropa. Admitiu o problema e geriu a crise, reforçando o compromisso em bem servir. Chegou a dizer, ao vivo, na Rádio Gaúcha, , que os suspeitos não poderiam “ser chamados de policiais militares” e pediu um voto de confiança na instituição que completa 185 anos em novembro de 2022.
São mais de 15 mil abordagens todos os dias, em todos os cantos do Rio Grande do Sul. Truculência e má conduta jamais serão aceitáveis. Generalizar desvios também não. A Brigada Militar é maior do que isso. Não se resume à atuação de três PMs.
A corporação
Hoje, segundo o Painel Estatístico de Pessoal, a Brigada Militar soma 18.132 servidores ativos - mais do que a população estimada de 77,5% dos municípios do RS. É o segundo mais numeroso órgão do Estado, atrás apenas da Secretaria da Educação. O maior contingente é de soldados: são 13.248 com vínculo efetivo.
As câmeras
Até o fim de setembro, segundo previsão atualizada da Secretaria de Segurança Pública, sai o edital para a compra de mil câmeras corporais para BM e Polícia Civil, na Capital e Região Metropolitana. É pouco, considerando o tamanho do quadro funcional, mas será um passo importante. Quem age dentro das regras não tem o que temer.