Depois de um hiato de quatro anos sem atividades presenciais, a Bienal do Mercosul voltou a Porto Alegre, como tinha de ser: impactante, surpreendente, transformadora. O primeiro final de semana do evento foi um reencontro com o público, um novo começo. A arte, afinal, abraça outra vez a cidade e faz bem à Capital.
Não estou falando apenas do lado intangível de uma grande exposição do tipo, com sua poderosa carga simbólica (muitas vezes incompreensível para boa parte da população), mas também de todo o resto.
A arte ajuda a economia, atrai visitantes, movimenta o entorno, gera empregos, contribui para a construção da imagem de um lugar - não é à toa, aliás, que grandes marcas se associaram à Bienal. É um diferencial a ser explorado.
Tirei o sábado (17) para ver tudo isso de perto e fui arrebatada. Algumas instalações são experiências coletivas - para ver, tocar e até cheirar. Há obras tecnológicas especialmente interessantes, como as três mil lâmpadas que iluminam o salão principal do Farol Santander.
O sistema é ligado a sensores que captam os batimentos cardíacos. De repente, as luzes piscam no ritmo do seu coração, como se você estivesse dentro da criação do artista. É lindo.
Vá à Bienal. Não custa nada, literalmente. Vá e deixe-se levar pelas sensações que um evento desse porte - feito de ideias “fora da caixa” - é capaz de proporcionar. Vá e orgulhe-se da nossa cidade.
Para todos os gostos
Tem atrações para todos os gostos - inclusive para quem não tem nenhuma intimidade com a arte. São 10 espaços expositivos na Capital, com obras de mais de cem artistas, de 20 países. A entrada é gratuita, e o período de visitação vai até 20 de novembro.
Com o tema Trauma, Sonho e Fuga, as criações estão espalhadas por Margs, Memorial do RS, Farol Santander, Cais do Porto, Casa de Cultura Mario Quintana, Fundação Iberê Camargo, Instituto Ling, Casa da Ospa, Instituto Caldeira e vias do Centro.
Dicas imperdíveis
Não deixe de ir ao Armazém A6 do Cais do Porto. O local que recebeu o South Summit Brasil, em maio, agora abriga obras de diferentes tipos, inclusive uma experiência olfativa. Aproveite para curtir a vista do Guaíba e comer alguma coisa no Cais Embarcadero.
Outra boa pedida é o Farol Santander, pela pegada tecnológica genial, como já mencionei acima.
Siga o circuito central pelo Memorial do RS (onde há um histórico da Bienal, para quem deseja saber um pouco mais ), e pelo Museu de Arte do Estado (Margs), com uma parede toda preta, cheia de pedras preciosas e mais uma série de obras instigantes.
Antes de ir embora, tome um café com calma na Casa de Cultura Mário Quintana, contemplando os bandeirões coloridos da obra Travessura, que embelezam a fachada.
Veja outras informações no site oficial do evento.