Atração mais popular e democrática da Expointer, em Esteio, o pavilhão da agricultura familiar tem espaço para todos - inclusive para os povos indígenas. Lado a lado com pequenos produtores rurais, eles vendem artesanato, mostram um pouco de sua cultura e aproveitam a vitrine para explicar quem são e onde vivem.
— É importante estarmos aqui (na feira) para que as pessoas conheçam a nossa história. Muita gente vem nos perguntar se somos da Amazônia. Não imaginam que há índios no Rio Grande do Sul, território dos nossos ancestrais há milhares de anos - diz Woie Patté Xokleng, enquanto sopra um apito para atrair a atenção da clientela à banca número 333.
Os Xokleng vivem junto à Floresta Nacional (Flona) de São Francisco de Paula, na Serra, onde reivindicam parte das terras na Justiça. A área federal foi concedida à iniciativa privada com foco na exploração turística e na preservação ambiental. O tema aguarda decisão definitiva.
Hoje, segundo Woie, há 14 famílias (28 adultos e oito crianças) na tribo, parte deles acampada em frente à Flona. O grupo vive da colheita e comercialização de pinhões nos meses frios e da venda de artesanato. Na Expointer, entre as opções oferecidas ao público estão cocares, pulseiras, anéis e apitos, entre outros itens.
Neste ano, o pavilhão da agricultura familiar reúne 337 expositores de mais de cem municípios. São 10 expositores a mais do que em 2019, último ano antes da pandemia. Em 2020, o espaço funcionou de forma restrita, com menor número de expositores e apenas no formato drive-thru. Em 2021, o local também teve restrições de empreendimentos e de público.