Em Esteio, na Região Metropolitana, ioga, reiki, massoterapia, cromoterapia e acupuntura (na foto abaixo) não são apenas atividades esporádicas no SUS. O município gaúcho com o maior percentual de investimento em saúde em 2021 é também um dos precursores na criação de um centro especializado nas chamadas “práticas integrativas e complementares”, o Cerpics.
No ano passado, a prefeitura conseguiu aplicar 35,43% da receita de impostos e transferências em saúde. Foi a única a superar a marca dos 35% no Rio Grande do Sul, segundo o portal de dados abertos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), com levantamento atualizado no último dia 12. Trata-se de um índice bem acima dos 15% exigidos por lei.
Os recursos ajudaram a consolidar o Cerpics, inaugurado em 2019 e altamente demandado pela população, e também a ampliar os aportes em serviços tradicionais, reduzindo a espera por atendimento. No caso das práticas alternativas - que não substituem o tratamento convencional -, os pacientes são encaminhados ao centro após consulta nas unidades básicas. Trata-se de um complemento.
— A grande procura por essas práticas nos levou a investir no Cerpics, que trabalha muito com prevenção. Ao mesmo tempo, nos últimos anos, abrimos, reformamos e ampliamos postos, zeramos filas em várias especialidades, mais do que dobramos a média anual de atendimentos médicos e passamos a oferecer tratamento endodôntico (de canal) via SUS, algo pouco comum — diz o prefeito Leonardo Pascoal.
A receita
Apenas cinco municípios do RS, segundo dados do portal do TCE atualizados em 12 de maio, conseguiram aplicar mais de 30% em saúde em 2021 - e somente Esteio passou de 35%. Como foi possível?
Não há, segundo a prefeitura, explicação única. A ampliação da capacidade de investimento na área decorreu do avanço da arrecadação (em parte, influenciado pela alta da inflação), da priorização dada ao setor e do corte de despesas de custeio que não fossem voltadas à atividade-fim (como aluguéis, por exemplo).