Pioneiro em estudos de genética no Brasil, o Rio Grande do Sul está dando um novo passo na área ao criar a Rede Gaúcha de Genômica Aplicada à Saúde. O projeto é um dos 14 contemplados pelo edital de R$ 30 milhões do programa Redes Inovadoras de Tecnologias Estratégicas (RITEs), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapergs).
Com R$ 3 milhões em investimento público, a Rede de Genômica conectará sete centros de referência que hoje funcionam de forma isolada, nas seguintes instituições: Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), UFRGS, UFPel, PUCRS, Unipampa, Furg e Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, ligado à Secretaria de Agricultura.
— A ideia é que esses laboratórios passem a trabalhar de maneira integrada e harmônica. São mais de 60 pesquisadores envolvidos, com equipes intergeracionais e interdisciplinares — resume Roberto Giugliani, professor da UFRGS e coordenador da rede.
Um exemplo prático: o centro de genômica do HCPA é especializado em identificar novas doenças envolvendo alterações genéticas. Com a criação da rede, os pesquisadores do hospital poderão ampliar o alcance do trabalho ao contar, por exemplo, com apoio do laboratório do Centro de Produção de Células Tronco Pluripotenciais da PUCRS, um dos melhores do país. O mesmo valerá para as demais entidades, cada uma com uma especialidade.
Com o dinheiro previsto, a intenção é investir em tecnologia.
— Não vamos criar estruturas novas. Vamos otimizar recursos e turbinar os atuais laboratórios para que tenham maior e melhor capacidade de operação, atuando de forma colaborativa — explica Giugliani.
Ganhos previstos
- Os centros de genômica ficarão disponíveis para a sociedade
- A rede permitirá que o RS se destaque frente a países tecnologicamente mais avançados
- Será possível definir protocolos laboratoriais de saúde pública, como a triagem neonatal (detecção precoce de doenças genéticas)
- Haverá parcerias com startups e estímulo à criação de spin-offs (novos negócios a partir de empresas já existentes)
- Publicação de ao menos 50 artigos científicos de alto impacto em quatro anos
- Formação de ao menos 30 jovens doutores em áreas de alta demanda