O evento climático extremo que se abateu sobre Petrópolis, no Rio de Janeiro, devastando a cidade e provocando a morte de mais de uma centena de pessoas, deve servir de alerta para todos nós - autoridades e cidadãos. Já escrevi sobre isso aqui, mas não custa repetir: com o avanço do aquecimento global, temos de estar preparados para reviravoltas cada vez mais violentas no clima.
No Rio Grande do Sul, segundo dados do Sistema Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres (Segird), 229 municípios (47% do total) ainda não têm planos de contingência. Em 227, o documento já foi aprovado. Há 36 em elaboração e cinco finalizados. Esse planejamento é essencial porque ajuda a prevenir e amenizar as consequências de desastres naturais. É urgente mudar o cenário.
A pandemia, segundo o coronel Júlio César Rocha Lopes, chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado, prejudicou o andamento do processo, que vinha avançando nas prefeituras.
— Estamos atentos a isso, auxiliando os municípios, capacitando pessoas, monitorando locais de risco e atuando de forma integrada. O clima realmente está mudando muito e merece toda a atenção — diz Lopes.
A saber
Um avanço importante no trabalho de prevenção a desastres no RS foi a transferência da Sala de Situação, da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, para dentro da Defesa Civil do Estado, o que deu maior agilidade ao órgão. A sala é um centro de monitoramento e previsão das condições hidrometeorológicas do RS e funciona 24 horas, sete dias por semana, com a emissão de boletins e avisos em tempo real.