No ano em que completa uma década de pesquisa de ponta no país, o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) anuncia uma nova e importante entrega para a sociedade: um radiofármaco usado no diagnóstico de Alzheimer. Chamado de Florbetaben (18F), o produto é o primeiro a receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser comercializado no Brasil.
Essa substância é capaz de sinalizar placas beta-amilóide no cérebro, que são biomarcadores característicos da enfermidade. Com isso, o diagnóstico ganha precisão.
— Muitos pacientes, assim que percebem algum declínio cognitivo, procuram o neurologista para saber se têm a Doença de Alzheimer, mas existem diferentes tipos de demência e nem sempre é fácil confirmar as suspeitas. O Florbetaben torna o processo mais assertivo — explica a coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos do InsCer, Louise Hartmann.
Desenvolvido pela alemã Life Molecular Imaging, o produto foi trazido ao Brasil em uma parceria entre o InsCer e o Grupo R2IBF, que atua na geração dessas substâncias. A produção foi direcionada, inicialmente, a um estudo clínico realizado no InsCer e em outros sete centros do país. A investigação ainda está em andamento, mas a substância já é aprovada por órgãos regulatórios internacionais desde 2014.
Agora, com o aval da Anvisa, o InsCer torna-se o pioneiro na fabricação da novidade em solo brasileiro. A expectativa é de que o Florbetaben (18F) chegue ao mercado ainda neste ano.
Aliás
Inaugurado em junho de 2012, o InsCer surgiu a partir do grupo de estudos na área de neurociências do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS. Localizado em Porto Alegre, é uma instituição filantrópica, integrante da Rede Marista, e tem basicamente três linhas de atuação: pesquisa, produção de radiofármacos e assistência a pacientes.