Construído aos poucos por um empresário da Serra obcecado por tudo de belo e instigante que a mente humana é capaz de criar, um acervo artístico particular inédito, com mais de 400 obras, está prestes a ganhar o mundo. E o melhor de tudo: em um espaço público e gratuito.
A partir do próximo dia 22, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) abrirá as portas para a mostra Coleção Sartori — A arte contemporânea habita Antônio Prado. Todo o primeiro andar será dedicado a joias da coletânea, entre pinturas, fotografias, instalações e esculturas, com a curadoria de Paulo Herkenhoff.
Morador do município serrano de 13 mil habitantes que dá nome à exibição, Paulo Sartori, 45 anos, é designer e sócio de uma indústria de móveis, a Essenza Design — que atua desde o início dos anos 2000 no segmento da alta decoração, com vendas no Brasil e no exterior. Durante anos, a paixão pela arte esteve adormecida.
Foi em 2013, quando o empresário entrou quase sem querer em uma galeria de Caxias do Sul, que o colecionismo começou.
— Achei que seria legal ter uns quadros nas paredes brancas da casa nova. Lembro que minha mulher até ficou meio surpresa, porque a gente não tinha dinheiro sobrando, mas foi transformador. Dali em diante, não parei mais. Quando vi, era um colecionador. Meus negócios me permitiram realizar um sonho, e é incrível poder compartilhar isso — conta o empreendedor.
Em quase 10 anos, Sartori investiu em trabalhos de artistas de diferentes origens. A seleção é variada, com especial destaque aos gaúchos da “geração 80”, que inaugurou um novo momento da pintura no país.
— É uma baita exposição, um marco, e, para o Margs, um museu público, é uma honra oportunizar o acesso a essa coleção particular esplêndida. Estamos cumprindo nosso papel — resume o diretor da casa, Francisco Dalcol.
Anota aí
A exposição Coleção Sartori - A arte contemporânea habita Antônio Prado entra em cartaz em 22 de janeiro, no Margs, que funciona de terça-feira a domingo, das 10h às 19h.