Criança em Brasília, Herbert Vianna começou a se interessar por música e ganhou um violão. Adolescente, já arriscava tirar de ouvido algumas canções mais complexas do pop/rock que o influenciava. Foi lá que começou a nascer HV Sessions – Vol. I, seu quinto álbum solo, reunindo clássicos como Pinball Wizard, do The Who, While my Guitar Gently Weeps, dos Beatles, Purple Haze, de Jimi Hendrix, Sunshine of your Love, do Cream, There Is a Kind of Hush, dos Carpenters.
“São obras que me formaram, fontes diretas de inspiração e de motivação para abraçar a guitarra e aprender um pouco mais”, conta ele no material de divulgação. Lá o futuro líder dos Paralamas do Sucesso começou a se lapidar.
Em 2011, Herbert passou dias e dias no estúdio do produtor carioca Chico Neves, que ia gravando tudo o que ele cantava acompanhando-se à guitarra e ao violão — depois, Neves entrava aqui e ali com sutis pinceladas de Minimoog e harmonium. Um vasto material que continuará a ser lançado — como indica o vol. I do título. O resultado, nem preciso dizer, é demais! Tem ainda Tempted, do Squeeze, And I Love Her, dos Beatles, Opportunity, de Elvis Costello, Wichita Lineman, de Ray Charles, e Europa (Earth’s Cry Heaven’s Smile), de Santana.
Com a voz grave modulada ao tom da fala, como quem canta para si próprio (e boa pronúncia do inglês), Herbert consegue um efeito verdadeiramente convincente.
Rodrigo Nassif faz seu melhor álbum
Dos oito álbuns do violonista Rodrigo Nassif, este com seu trio talvez seja o melhor. Difícil dizer isso diante de uma obra instrumental sólida, mas efetivamente o novo trabalho tem uma coesão e uma dinâmica perfeitas, além de muita diversidade na unidade — o que não é fácil obter. Nas sete faixas convivem composições de construção bem jazzística, levadas meio afro, atmosfera progressiva e algum minimalismo.
Ao lado dos ótimos Samuel Basso (baixo) e Leandro Schirmer (bateria, melotrom), o violão de Nassif é ao mesmo tempo criativo e técnico. Entre os convidados, destaca-se o trompetista Gabriel Ugamba. Nascido em Passo Fundo, o violonista vive em Porto Alegre desde 2008, ano em que lançou o primeiro disco.