Há dois meses, reuni 20 novos artistas e bandas. Agora trago outros 20 — e tem muitos mais, mas vou dar um tempo antes de voltar ao assunto. O que se fica sabendo, ao ouvir (nas plataformas digitais) esse pessoal com gosto por nomes estranhos, é que não há apenas gente nova como também uma nova música brasileira, formada a partir da confluência de diversos gêneros e estilo nacionais e internacionais. Uma música bem boa, com espírito próprio, a cara dos anos 2000 — mas ainda sem um nome próprio, como bossa nova, MPB, tropicalismo, sertanejo.
Mesmo estes artistas tendo milhares e uns até milhões de ouvintes no streaming, com algumas exceções ainda são quase desconhecidos da maioria dos brasileiros. Já existem vários selos fonográficos criados para concentrar a produção e divulgação de singles, vídeos e álbuns.
Em Porto Alegre, o selo dedicado à nova cena digital é Tal e Tal Records, onde estão os quatro gaúchos desta lista. Se ainda não ouviu, ouça. Você vai se surpreender.
ÀIYÉ — Cantora, compositora e baterista carioca. Com percussão forte e programações eletrônicas, o som ecoa sua religião afro-brasileira. Já fez turnê europeia. Dois álbuns.
AMANDA GABANA — Cantora e compositora porto-alegrense de voz colorida, influenciada por MPB, pop, indie rock. Prepara o primeiro álbum.
ANA FRANGO ELÉTRICO — Cantora, compositora, pianista e poeta carioca já muito conhecida. Combina bossa, pop "decadente", punk e "pós-MPB". Três álbuns.
BESOURO MULHER — Banda paulistana liderada pela cantora Sophia Chablau. Mescla indie-pop-rock dos anos 2000 com personalidade. Um álbum de 2023.
DADÁ JOÃZINHO — De Niterói/RJ, radicado em Sampa. O primeiro álbum, de 2023, tem rap, funk, samba, balada, temperos de jazz. O timbre vocal lembra Caetano Veloso.
DAZLUZ — Cantor e compositor de Caxias do Sul. Pop experimental. Desde 2014 vem lançando singles que logo formarão os três volumes do álbum Superlixo Deluxe.
CAIO PRADO — Cantor e compositor carioca de luta antirracista e pelos direitos LGBTQIAP+. Funk, MPB, pagode, afrobeat. Cantou no Rock in Rio. Três álbuns.
FANTÁSTICO CARAMELO — Banda de Rio do Sul (SC), faz rock, indie e pop psicodélico. Vocalista é Nayana Lamego. Segundo álbum sai este ano.
FELIPE QUADROS — Cantor e compositor de Porto Alegre, começou em 2015 na banda Moho. Mescla R&B, neo-soul, indie rock, samba. Um EP lançado.
JALOO — Cantora paraense não binária. Indie pop, tecnobrega e eletrônica. Já participou do Rock in Rio. Três álbuns. Em 29 de setembro, estará no Bar Opinião.
JOVEM DIONÍSIO — Banda curitibana de MPB, indie pop e... bedroom pop (!). Já excursionou pela Europa. Segundo álbum sai este ano.
KAUAN CALAZANS — Cantor e compositor carioca de rock setentista romântico, ex-banda Folks. Primeiro álbum, Início Depois do Fim, deve sair este ano.
LINN DA QUEBRADA — Paulistano, cantor, compositor ativista social trans. Funk, rap, pop, R&B, música eletrônica. Em cena desde 2017. Dois álbuns.
MENOS É MAIS — Grupo de pagode formado em Brasília em 2016 que atrai multidões. Diferente do pagode carioca. Segundo álbum saiu este ano.
MURILO CHESTER — Cantor e compositor baiano de MPB afro, pagode, trap e ritmos latinos. Primeiro álbum é de 2020, segundo pronto para ser lançado.
NAY PORTTELA — Cantora e compositora goiana de voz macia em bossa e samba. Começou em 2016, quarto álbum prometido para julho de 2024.
OWERÁ — Rapper indígena (Guarani-Mbyá) de São Paulo. Ficou conhecido quando abriu a faixa Demarcação Já na abertura da Copa de 2014. Dois álbuns.
THAIS PRADO — Cantora e compositora porto-alegrense. Integrou o grupo As Tubas. Seu primeiro álbum solo, de 2023, tem samba, rock, funk, bolero...
TIVO — Cantor, compositor e instrumentista de Porto Alegre, formado em música pela UFRGS. Primeiro álbum, deste ano, mescla MPB, tango, chote, reggae, samba-rock.
URIAS — Cantora e compositora trans mineira de rap e funk surgida em 2018. Primeiro álbum de 2022. Excursionou pela Europa abrindo shows de Pabllo Vittar.