A pressão do prefeito não adiantou. Um ano e meio se passou desde que Sebastião Melo subiu o tom e determinou prazo de 12 meses para que as obras fossem iniciadas no estádio Olímpico e no entorno da Arena do Grêmio.
Caso a movimentação não iniciasse no período, Melo prometia revogar o regime urbanístico especial criado - que deixou o terreno do Olímpico com um valor muito maior. Se mesmo assim nada fosse feito, o prefeito sugeriu até que a prefeitura pudesse desapropriar a área e vendê-la. Um projeto de lei foi encaminhado pela prefeitura para a Câmara Municipal. A matéria segue em tramitação e já recebeu parecer favorável de três comissões.
Como se sabe, as intervenções não começaram e as ruínas seguem preocupando moradores do entorno, que reclamam de assaltos na região. Além disso, equipes da Secretaria Municipal de Saúde realizam inspeções no terreno em busco de foco do mosquito Aedes aegypti.
Nos bastidores, Grêmio - dono do Olímpico -, Karagounis e OAS 26 - donas da Arena - seguem em negociação. Porém, ainda não há qualquer previsão de acerto entre as partes.
Para que as obras em ambos os estádios possam ocorrer, é necessário que seja realizada a troca de chaves, ou seja, o Tricolor repassa o estádio na Azenha para as empresas, que transferem a Arena para o clube gaúcho.
Apesar de parecer simples, a negociação é complexa. O Grêmio teme ser responsabilizado pelas obras do entorno da Arena. Além disso, bancos cobram na Justiça a falta de pagamento pelo empréstimo feito à OAS para construção do novo estádio. O estádio chegou a ser penhorado.
As instituições financeiras cobram o pagamento de R$ 226,39 milhões não pagos. A ação está suspensa na Justiça de São Paulo. É aguardada uma definição de uma ação que está tramitando há oito anos no Rio Grande do Sul. Uma decisão liminar, de 2016, determinou que todo o valor arrecadado mensalmente pela Arena Porto Alegrense que não for direcionado para a manutenção do estádio deve ser repassado aos bancos credores.
O estádio Olímpico não recebe jogos desde 2013. Já os treinos no local deixaram de ocorrer em dezembro de 2014.